Walter Delgatti Net, conhecido por hackear telefones de autoridades envolvidas na operação Lava Jato, foi preso nesta quarta-feira (2) pela Polícia Federal.

A prisão do hacker aconteceu durante a operação da Polícia Federal que apura uma suposta invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsificados no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP).

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Essa é a terceira vez que Walter Delgatti Neto é preso. Saiba quem é o hacker que expôs os bastidores da Operação Lava Jato e invadiu o banco de dados do Judiciário Federal.

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Caso “Vaza Jato”

  • O “hacker de Araraquara”, como também é conhecido, já foi filiado à polícia de Araraquara desde 2007;
  • Ele foi preso em 2015 por apresentar um documento falso que usou para alegar que era delegado da Polícia Civil após um furto de celular;
  • Delgatti passou a ficar conhecido a partir de 2019, quando foi preso pelo Polícia Federal durante a Operação Spoofing por invadir contas de Telegram de autoridades que comandava a operação Lava-Jato, como o Sérgio Moro e Deltan Dallagnol;
  • As informações obtidas pelo hacker, que na época tinha o codinome de “Vermelho”, foram passadas ao jornalista Gleen Greenwald, responsável pelo The Intercept Brasil, o que deu início ao caso Vaza-Jato, expondo bastidores e afetando a credibilidade da Lava Jato;
  •  Em 2020, o hacker recebeu liberdade condicional, ficando com tornozeleira eletrônica e restrição ao uso de internet.

Invasão ao banco de dados do Judiciário Federal

  • No ano passado, Delgatti se reuniu com Jair Bolsonaro, então presidente da república, por intermédio da deputada federal Carla Zambelli;
  • De acordo com o relato da Polícia Federal visto pelo g1, no encontro com Bolsonaro, o ex-presidente teria questionado a Delgatti sobre a possibilidade de invasão da urna eletrônica;
  • Em depoimento no início deste mês, o hacker disse que Zambelli pediu que ele invadisse o sistema das urnas eletrônicas e o celular do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes;
  • Falando em Moraes, Delgatti foi responsável por emitir o falso mandado de prisão do ministro contra ele mesmo;
  • O ocorrido leva à operação atual da Polícia Federal, que investiga a invasão do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões do Conselho Nacional de Justiça;
  • Além do mandado de prisão preventiva do hacker, a “Operação 3FA”, como é chamada, cumpriu mandados de busca e apreensão no apartamento e gabinete de Carla Zambelli;
  • “Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica”, disse a PF.

Com informações de G1 (1 e 2), EM e Estadão.

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