Pré-histórica! DNA de tumba revela árvore genealógica mais antiga do mundo

Descoberta na Grã-Bretanha pode apresentar visão sem precedentes da formação social na era neolítica
Por Alisson Santos, editado por Bruno Capozzi 04/08/2023 05h40, atualizada em 04/08/2023 09h16
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Hazelton Long Barrow abriga cinco gerações de uma família com DNA sequenciado mostrando a estrutura de parentesco da época (Imagem: Corinium Museum)
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Uma tumba de 5,7 mil anos descoberta na Grã-Bretanha revela visão inédita da rede de parentesco no período de introdução da agricultura. A localização do sepultamento dos corpos apresenta formato sem precedentes da estruturação social da época.

Encontrada em Hazleton Long Barrow (Reino Unido), a tumba armazena cinco gerações de uma família ao longo de um século. Além disso, foram encontrados diversos ossos e dentes de muitos indivíduos.

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Entre os dentes, 35 ainda estavam preservados o suficiente para que os cientistas pudessem analisar seu DNA. Os resultados apontaram que 27 deles eram próximos, sendo a maioria descendente de um único patriarca – que teve filhos com pelo menos quatro mulheres.

A excelente preservação de DNA na tumba e o uso das mais recentes tecnologias na recuperação e análise de DNA antigo nos permitiram descobrir a árvore genealógica mais antiga já reconstruída e analisá-la para entender algo profundo sobre a estrutura social desses grupos antigos

Dr. Iñigo Olalde, da Universidade do País Basco

Organização da tumba

  • Junto ao pai fundador, o túmulo abrigou três das quatro mulheres com quem ele teve filhos;
  • Além de seis desses filhos (dois da mãe desaparecida);
  • E sete netos, três bisnetos e um tataraneto.

Em ordem, o patriarca foi enterrado no lado norte do túmulo, com duas de suas parceiras – mas não é possível apontar se cada lado possui representação simbólica. Já a maioria dos filhos foi enterrada no mesmo lado que a mãe, e as gerações subsequentes seguiram a ordem. Duas crianças que faleceram ainda na infância também foram enterradas em seus respectivos lados.

“Apenas uma descoberta extraordinária é que, inicialmente, cada uma das duas metades da tumba foi usada para colocar os restos mortais de um dos dois ramos da mesma família”, destaca o Dr. Chris Fowler, da Universidade de Newcastle (Inglaterra) e primeiro autor do estudo.

“Isso é de maior importância porque sugere que o layout arquitetônico de outras tumbas neolíticas pode nos dizer como o parentesco funcionava nessas tumbas”, complementa Fowler.

Com informações de IFL Science

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Alisson Santos
Redator(a)

Alisson Santos é estudante de jornalismo pelo Centro Universitário das Américas (FAM). Atualmente é redator em Hard News no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.