O Brasil deve contar em breve com uma moeda digital. O Banco Central trabalha para a implementação da novidade, batizada de Drex. Não há um cronograma estabelecido ou uma data oficial de lançamento, mas a expectativa é que ela seja liberada para o público no final de 2024. A inovação bebe da fonte do Bitcoin, a primeira moeda digital do mundo. Mas, o real digital será uma criptomoeda?

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Novo Bitcoin?

  • O Banco Central já afirmou diversas vezes que a moeda digital brasileira não será uma criptomoeda.
  • Segundo o BC, os criptoativos não têm as características fundamentais para serem considerados moeda — que se prestam como meio de troca, reserva de valor e unidade de conta — e não são emitidas por autoridades monetárias.
  • Além disso, o órgão reforça que o Bitcoin e o Ethereum, por exemplo, apresentam “uma grande volatilidade”, o que dificultaria o seu uso como meio de pagamento.
  • Já no caso da nova moeda digital brasileira, a autarquia afirma que está sendo desenvolvida para “dar suporte a um ambiente seguro” onde empreendedores possam inovar e onde os consumidores possam ter acesso às vantagens tecnológicas trazidas por essas novas ferramentas e sem que, para isso, precisem “se expor a um ambiente financeiro não regulado.”

O Drex

  • Na prática, o Drex servirá como o futuro das cédulas físicas, já emitidas pelo BC, e será garantida pelos mesmos fundamentos e pelas mesmas políticas econômicas já em vigor.
  • Será possível usar a moeda digital para transações financeiras, transferências e pagamentos, por exemplo.
  • Segundo o G1, a criação dela é tema de debate há anos.
  • Em 2020, o Banco Central organizou um grupo de trabalho para estudar a emissão de uma moeda digital brasileira, tendo divulgado as diretrizes gerais do projeto em maio de 2021.

As regras da moeda digital

  • O Drex será emitido pelo próprio BC, como uma extensão da moeda física, com a distribuição ao público intermediada pelos bancos e instituições de pagamento.
  • Sua custódia ficará no Banco Central.
  • Ele poderá ser trocada pelo real tradicional (em notas), e vice-versa, mas o foco serão as transações financeiras.
  • A cotação frente a outras moedas também será a mesma.
  • Não será permitido que os bancos emprestem esses recursos a terceiros — como acontece atualmente com o real físico — e depois os devolva aos clientes.
  • Não haverá remuneração, ou seja, os recursos não terão uma correção automática.
  • Haverá uma garantia da segurança jurídica, cibernética e de privacidade nas operações.
  • Ainda segundo o BC, qualquer pessoa ou empresa que desejar ter a moeda digital precisará entregar reais em formato convencional para a realização da troca.
  • “Essa operação não será feita diretamente pelo BC, ela será intermediada por um participante do sistema financeiro (banco, cooperativa ou fintech) ou do sistema de pagamentos (instituição de pagamento), ou ainda de algum novo tipo de empresa que venha a ser criada sob a autorização do BC para intermediar o acesso e a utilização de reais no formato digital”, disse o Banco Central.

Diferenças em relação ao PIX

  • Enquanto o PIX é uma tecnologia de transações instantâneas, o Real Digital será a própria moeda em si.
  • O Banco Central explica que uma das diretrizes para o desenvolvimento da moeda digital é a interoperabilidade (capacidade de um sistema se comunicar com outro de forma transparente) com os meios de pagamento hoje disponíveis à população.
  • Dessa forma, os usuários poderão fazer pagamentos em lojas, por meio do seu prestador de serviço de pagamentos — banco, instituição de pagamento ou outra instituição que venha a ser autorizada pelo BC para tal —, ou mesmo por meio do PIX.
  • Além disso, o usuário também poderá transferir reais digitais para outras pessoas, transformá-los em depósito bancário convencional e sacá-los em formato físico, além de pagar contas, boletos e impostos.

Onde guardar o Drex?

  • Segundo o Banco Central, os usuários precisarão ter uma carteira virtual em custódia de um agente autorizado pela entidade — como um banco ou uma instituição de pagamento, por exemplo — para conseguir ter acesso à nova moeda digital.
  • Por estar sempre associada a um serviço financeiro, é natural que os custos da plataforma da nova moeda digital estejam embutidos.
  • “A vantagem do ambiente digital é a automatização. Como você não precisa mais de um intermediário ali, você reduz muito o custo e facilita o uso da tecnologia para trocas mais baratas, além de ampliar e democratizar o acesso aos serviços [financeiros]. Então tem um custo, mas esse custo parece ser muito mais barato”, afirmou o coordenador da iniciativa do real digital pelo BC, Fabio Araújo.

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