O Brasil quer estar na vanguarda da chamada revolução verde. Para isso, o país deve receber a primeira estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável do mundo a partir do etanol. O projeto é fruto de uma parceria entre a Shell Brasil, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Hytron, Raízen e o Senai CETIQT.

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Desafios do hidrogênio verde

  • Os benefícios do uso do hidrogênio verde, produzido a partir de energias renováveis, como a hidrelétrica, a eólica e a solar, já são conhecidos.
  • Ele é considerado como fundamental na luta contra as mudanças climáticas e pode ser utilizado, por exemplo, na fabricação de carros.
  • No entanto, os altos custos de armazenamento e transporte limitam a sua utilização em maior escala.

Projeto inovador brasileiro

  • Mas agora um projeto brasileiro pode ajudar a reverter esse cenário e impulsionar o uso do hidrogênio verde no mundo todo.
  • A Shell entrou com investimento de R$ 50 milhões, segundo a revista Quatro Rodas.
  • Já a Raízen irá ceder o etanol necessário para a produção da “substância verde”.
  • A Hytron fornecerá o reformador a vapor de etanol, que permite que o etanol seja submetido a temperatura e pressão específicas, reagindo com a água dentro do reator, convertendo assim o combustível em hidrogênio.
  • “Nossa estimativa no momento é de que o custo da produção de hidrogênio a partir de etanol é comparável ao custo do hidrogênio de reforma do gás natural no contexto brasileiro. Já as emissões são comparáveis ao processo que realiza a eletrólise da água alimentada com energia elétrica proveniente de fonte eólica”, afirma Julio Meneghini, diretor científico do Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI) da USP.

Reduzindo os custos de logística do hidrogênio verde

  • A aposta é que a popularização das estações de reforma permita que o combustível feito à base de cana-de-açúcar seja transportado para diferentes lugares e países, usando uma infraestrutura já existente e menos custosa.
  • De acordo com a Shell, os caminhões tanque são capazes de transportar 45 mil litros de etanol, que podem ser usados para produzir até 6 mil kg de etanol.
  • Esses mesmos veículos, se fossem usados para transportar o hidrogênio comprimido, poderiam levar uma carga de somente 1.500 kg, ou seja, quatro vezes menos.

Início das operações na estação

  • A expectativa é que a estação de hidrogênio entre em operação a partir do segundo semestre de 2024.
  • Para realizar os testes, a Toyota está cedendo à Universidade de São Paulo um Mirai, movido por célula de combustível capaz de usar hidrogênio e o ar atmosférico para gerar energia elétrica para alimentar o motor de 182 cv do sedã.
  • Além do carro, outros dois ônibus, também movidos a células de combustível, foram cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU).
  • “O Brasil é um país com forte vocação para biocombustíveis. Entendemos o hidrogênio como uma fonte de energia limpa e renovável, que tem um papel importante nos esforços para reduzir as emissões de CO2. A parceria neste projeto é o primeiro passo da empresa para testar o uso dessa nova tecnologia no país. Temos interesse e disposição para trabalhar em conjunto com o governo do Estado para viabilização do transporte sustentável com uso do hidrogênio renovável a partir do etanol” destaca Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil.

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