Gotas de água presas no sal têm 150 milhões de anos e guardam história do oceano

Análise da água, de mais de 150 milhões de anos, forneceu informações importantes sobre o movimento tectônico no fundo dos oceanos
Alessandro Di Lorenzo14/08/2023 20h07, atualizada em 01/09/2023 11h02
oceano
Imagem: Romolo Tavani/Shutterstock
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Uma pesquisa publicada na revista Science Advances ajuda a compreender melhor a história do oceano. Analisando gotas de água preservadas em cristais de sal marinho, cientistas conseguiram informações importantes sobre o movimento tectônico no fundo do mar. A descoberta também vai auxiliar no entendimento das condições atmosféricas ao longo do tempo.

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Composição da água do oceano

  • A água do oceano não contém apenas sal.
  • É uma mistura química com diferentes minerais em quantidades que ajudam a entender os diferentes processos que ocorreram durante a história do planeta.
  • A halita marinha é um deles.
  • O mineral possui pequenas gotas de água que preservam um registro químico do oceano no passado.
  • Foi exatamente assim que os pesquisadores fizeram a descoberta.
  • Eles analisaram partículas de água com mais de 150 milhões de anos que estavam preservadas em cristais de sal marinho, segundo informações da ScienceAlert.

Queda na concentração de lítio

  • As amostras foram analisadas para determinar seu teor de lítio.
  • Ele é um traçador da atividade hidrotermal, ou seja, de aberturas no fundo do mar que liberam calor e produtos químicos no oceano nos limites entre as placas tectônicas da Terra.
  • Os resultados apontam que houve uma queda de sete vezes na concentração de lítio nos últimos 150 milhões de anos e um aumento correspondente nas proporções de magnésio e cálcio.
  • Isso ocorreu devido a uma diminuição na atividade das placas tectônicas e na produção da crosta planetária, o que resultou em menos atividade hidrotermal.

Resfriamento do planeta

  • Segundo o estudo, uma consequência desse fenômeno teria sido a liberação de menos dióxido de carbono na atmosfera.
  • Isso pode ter contribuído para o resfriamento que produziu a última era do gelo, que se estendeu entre 115.000 e 11.700 anos atrás.
  • A descoberta também pode ajudar no entendimento das condições atmosféricas ao longo do tempo.
  • “Há uma ligação estreita entre a química oceânica e a química atmosférica. Quaisquer mudanças que aconteçam no oceano também refletem o que está acontecendo na atmosfera”, observou o geoquímico Mebrahtu Weldeghebriel, da Universidade de Princeton e da Universidade de Binghamton, um dos responsáveis pela pesquisa.

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Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.