Uma descoberta impressionante ocorreu no Parque Nacional de Denali, no estado americano do Alasca, onde pesquisadores identificaram o maior sítio de pegadas de dinossauros do estado. Este sítio foi carinhosamente apelidado de “Coliseu dos Dinossauros” devido à sua magnitude.

Um recente estudo, publicado na revista Historical Biology, descreve como esse “coliseu” preserva um registro excepcional de pegadas de várias espécies de dinossauros, ao longo de muitas gerações, empilhadas em camadas.

publicidade

Leia mais:

O intrincado mosaico de pegadas forma uma espécie de lasanha vertical, resultado de impressões endurecidas deixadas na lama ancestral pelos passos de dinossauros pesados. Essas impressões foram preenchidas por sedimentos que se solidificaram, criando moldes precisos das pegadas originais. As pegadas pertencem a uma diversidade surpreendente de dinossauros e exibem detalhes notáveis.

publicidade

“Elas são verdadeiramente fascinantes”, comentou Pat Druckenmiller, autor do estudo e diretor do Museu da Universidade do Alasca do Norte. “É possível discernir a forma dos dedos e até a textura da pele.”

As falésias que compõem o coliseu inicialmente não pareciam justificar a árdua caminhada de sete horas para chegar até elas. Contudo, uma mudança fortuita na luz ao entardecer revelou à equipe algo verdadeiramente excepcional.

publicidade

Quando o sol se alinha perfeitamente com as camadas, as pegadas ganham vida. Ficamos todos atônitos no momento e, em seguida, o Pat disse: ‘Peguem suas câmeras’. Ficamos completamente maravilhados.

Dustin Stewart, autor do estudo e ex-aluno de pós-graduação da Universidade do Alasca

Como as pegadas de dinossauros foram parar ali?

dinossauros
Pegada de dinossauro carnívoro de grande porte, provavelmente de um tiranossauro. Imagem: Dustin Stewart via IFLScience

Se você está se perguntando isso em relação às pegadas na falésia, a explicação está nas complexidades das placas tectônicas que formam o nosso planeta.

  • No final do período Cretáceo, as falésias eram camadas de sedimentos planos no solo. No entanto, ao longo do tempo, as placas tectônicas se moveram e colidiram, elevando uma seção da crosta terrestre e formando a Cordilheira do Alasca.
  • Esse fenômeno ressalta como as pegadas de dinossauros podem aparecer nos locais mais improváveis, inclusive em pisos de restaurantes.
  • Antes dos eventos sísmicos que moldaram o cenário, os sedimentos planos provavelmente ficavam próximos a um ponto de água em uma extensa planície alagada. Essa área teria atraído dinossauros jovens e adultos de diferentes espécies ao longo de milhares de anos.
  • De acordo com a sequência de pegadas, o local era frequentado por dinossauros herbívoros de grande porte, como os dinossauros de bico de pato e os dinossauros com chifres, além de alguns carnívoros mais raros, como os raptors, os tiranossauros e algumas aves pequenas.

Havia uma exuberante floresta e a região estava repleta de dinossauros. Um tiranossauro que habitava Denali naquela época tinha tamanho muito superior ao dos maiores ursos pardos que habitam a região hoje. Havia velociraptors, répteis voadores e aves. O ecossistema era verdadeiramente espetacular.

Pat Druckenmiller, autor do estudo

Agora que o pôr do sol permitiu que os cientistas revelassem a importância deste sítio de dinossauros, o plano é continuar a pesquisa em colaboração com o Serviço de Parques Nacionais, visando preservar sua geologia excepcional.

publicidade

“Por um lado, é crucial proteger sítios fossilíferos de classe mundial, como o Coliseu, contra perturbações e roubos”, destacou Denny Capps, geólogo do Parque Nacional de Denali. “Por outro lado, encorajamos os visitantes a explorar os fósseis em seu contexto geológico para compreender melhor a evolução das paisagens e ecossistemas ao longo do tempo, deixando-os intocados para que outros também possam apreciar.”

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!