Carros elétricos não atuam como espiões na China, garante Tesla

Aeroporto no sul da China proibiu os veículos Tesla de estacionar perto do local devido a "preocupações de confidencialidade"
Alessandro Di Lorenzo15/08/2023 15h51, atualizada em 01/09/2023 11h05
Fachada de fábrica da Tesla
Imagem: Reprodução/Bloomberg
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A tensão crescente entre Estados Unidos e China também afeta as empresas que atuam nesses países. Uma delas é a Tesla. A fabricante de veículos elétricos foi acusada de usar a tecnologia presente nos carros para espionar os chineses, o que a empresa de Elon Musk nega.

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Recentemente, o governo da China aprovou uma nova legislação antiespionagem. A decisão é uma resposta aos Estados Unidos, que vêm impondo uma série de novas sanções contra Pequim.

Segundo as autoridades chinesas, as novas regras visam aumentar a segurança nacional. Mas essa preocupação tem afetado também empresas americanas dos mais diversos setores que atuam em território chinês.

Modo sentinela pode roubar dados?

  • No último fim de semana, a mídia local informou que um aeroporto de uma cidade no sul da China proibiu os veículos Tesla de estacionar perto do local devido a “preocupações de confidencialidade”.
  • Um funcionário do aeroporto disse à imprensa que “muitos lugares têm uma regra semelhante”.
  • A medida foi adotada em função dos temores com o modo sentinela presente nos veículos da Tesla, segundo informações da TechCrunch.
  • O recurso, que usa câmeras externas de um carro para detectar atividades suspeitas quando o veículo é deixado sem vigilância, é projetado para proteger contra arrombamentos e roubos.
  • Em resposta, a empresa de Elon Musk afirmou que os dados gerados “são armazenados offline apenas no dispositivo USB dentro do carro” e, ao contrário de algumas outras marcas, “nem o proprietário nem a Tesla” podem visualizar remotamente os arredores do veículo online.

Tesla se adequou à legislação chinesa

  • Em maio de 2021, alguns espaços do governo na China também impediram a entrada dos veículos elétricos.
  • Em função disso, a Tesla montou um centro de localização de dados de acordo com as medidas de proteção de dados automotivos da China.
  • A diretriz, que visa “proteger a privacidade dos motoristas e salvaguardar a segurança nacional”, exige que “dados vitais” sejam armazenados em território chinês se “envolverem como informações militares, governamentais, de tráfego e logística da China, bem como redes de carregamento de veículos elétricos”.

Full Self-Driving e a China

  • No futuro, o problema pode ser repetir.
  • Isso porque a empresa deve ativar nos próximos meses o Full Self-Driving para usuários chineses.
  • A funcionalidade de condução avançada depende da inteligência artificial, mas vai esbarrar na proibição de uso de dados por empresas estrangeiras.

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Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.