Após pressão da China, Intel desiste de acordo bilionário com Tower Semiconductor

Negativa da China em liberar autorizações necessárias teriam inviabilizado negociações da Intel para a compra da Tower Semiconductor
Alessandro Di Lorenzo16/08/2023 12h42, atualizada em 01/09/2023 11h04
Logomarca da Intel na entrada do prédio da empresa
(Imagem: JiahuiH/Flickr)
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A Intel anunciou que encerrou oficialmente as negociações para a compra da Tower Semiconductor, empresa israelense fabricante de chips. O motivo seria a dificuldade para obter as autorizações necessárias de órgãos reguladores em tempo hábil. No entanto, as autoridades da China podem estar por trás da desistência.

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O acordo de compra era de US$ 5,4 bilhões, quase R$ 27 bilhões, e tinha o objetivo reforçar a capacidade de fabricação de chips da Intel. Em comunicado à imprensa, a empresa citou dificuldades para obter “as aprovações regulatórias exigidas pelo acordo de fusão”.

Originalmente, a Intel esperava fechar a transação em 12 meses. Agora, terá que pagar uma multa de US$ 353 milhões, mais de R$ 1,7 bilhão, à Tower.

Pressão da China

  • Apesar de não detalhar quais foram os obstáculos regulatórios que impediram o fechamento do acordo, especula-se que a resistência da China possa ter inviabilizado o negócio, segundo informações da The Verge.
  • Representantes da Intel fizeram várias visitas ao território chinês nos últimos meses com o objetivo de se aproximar ao governo do país.
  • No entanto, em meio ao aumento das tensões entre China e Estados Unidos, especialmente com a disputa tecnológica chamada de “guerra dos chips“, Pequim teria negado qualquer aprovação regulatória necessária para os planos da Intel no país.

Planos da Intel em risco

  • A fabricante de chips esperava, com o acordo, aumentar a produção para poder competir com a rival TSMC.
  • Embora não seja considerada uma gigante do setor, a Tower tem experiência na produção de chips de radiofrequência, sensores de imagem e peças de gerenciamento de energia.
  • Em comunicado, o CEO da Intel, Pat Gelsinger, já havia antecipado os planos futuros da empresa.
  • “Estamos executando bem nosso roteiro para recuperar o desempenho do transistor e a liderança de desempenho de energia até 2025. A Intel está investindo para fornecer a pegada de fabricação geograficamente diversificada e resiliente de que o mundo precisa”, disse ele.

Disputa entre EUA e China

  • Nas últimas semanas, a Casa Branca estabeleceu novas restrições para investimentos norte-americanos em empresas de tecnologia chinesas.
  • Elas proíbem o financiamento em três setores: computação quânticainteligência artificial para fins militares e semicondutores.
  • A medida tem como objetivo conter o avanço da China na área tecnológica.
  • No entanto, os esforços americanos têm sido vistos de forma negativas por algumas empresas, inclusive a Intel.
  • Segundo elas, o aumento das restrições prejudica as vendas e resultaria em uma perda permanente de oportunidades para a indústria dos EUA.
  • Além de gerar reações chinesas com a que impediu o fechamento do novo acordo pela Intel.

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Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.