Com a recente aprovação dos reguladores da Califórnia para as empresas de robotáxis Waymo e Cruise, o serviço se tornará cada vez mais comum na cidade e, provavelmente, as companhias alcançarão mais clientes.

Isso acontece porque, na semana passada, a Comissão de Serviços Públicos da Califórnia (CPUC) permitiu que as empresas expandam seus serviços para oferecer viagens com robotáxis 24 horas por dia, 7 dias por semana.

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E os motoristas tradicionais (os não robôs) de São Francisco, o que eles acharam da aprovação? Para obter essa percepção, a Wired entrevistou 10 motoristas da cidade da Califórnia e, surpreendentemente, alguns passaram algumas dicas para os robotáxis. Confira:

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Regras de trânsito variam e nem sempre dá pra segui-las

“Os passageiros do Rideshare são mimados. Eles estão acostumados a serem pegos exatamente onde estão”, disse Alex Popovics, que dirige para Uber e Lyft na cidade.

Ele menciona que às vezes precisa ignorar algumas regras de trânsito para satisfazer os clientes. Certamente a inteligência artificial que opera os robotáxis não deve ter essa flexibilidade.

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Segundo o motorista Glauco Marinho, a violação da lei é a única opção, isso porque durante uma viagem no réveillon próxima à prefeitura, a rua ficou fechada para uma festa, exigindo que os motoristas fizessem um retorno que durante um dia normal seria proibido. Nesse dia, Marinho precisou desviar de um robotáxi que ficou parado no meio da estrada.

Estava criando um caos porque havia muita gente bêbada andando de um lado para o outro, então não havia muito espaço para manobrar em torno do carro parado.

Glauco Marinho, motorista de São Francisco.
Robotáxi da Cruise
(Imagem: Tada Images / Shutterstock)

Higiene dos veículos

Um desafio para as empresas de robotáxis, segundo alguns motoristas, será a limpeza dos veículos. Popovics exemplifica isso, relatando sobre uma vez que precisou passar quatro horas esfregando vômito no teto do carro – e ainda ter que contratar um serviço de limpeza.

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O motorista diz que a partir desse dia passou a prestar mais atenção e conversar com os passageiros para verificar se estão muito alcoolizados. Além disso, sempre leva consigo algumas sacolas plásticas em caso de enjoo.

Outra observação é relacionada as relações sexuais dentro dos veículos. De acordo com o motorista Gabe Ets-Hokin, mesmo com um motorista humano dentro do carro, muitos passageiros realizam práticas inadequadas durante a viagem.

A Cruise cobra uma taxa de até US$ 150 em casos de “extensa sujeira líquida ou fedorenta”. Já a porta-voz da Waymo, Julia Ilina, diz que a empresa conta com câmeras dentro dos veículos para verificar a necessidade de uma limpeza e os robotáxis são limpos sempre que retornam à base de carregamento.

Cuidado com pessoas na rua

O motorista Jason Munderloh relata que já viu algumas crianças assediando os veículos pulando na rua para testar os reflexos dos robotáxis.

Alguns ativistas de segurança do trânsito organizaram a “Semana do Cone”, um evento em que os moradores da cidade se organizaram para desabilitar os carros usando cones de trânsito laranja.

Críticas de motoristas

Grupos trabalhistas de motoristas como Teamsters e San Francisco Taxi Workers Alliance criticaram as empresas de veículos autônomos por prejudicarem a atuação dos profissionais.

“É uma merda! Vai tirar nossos empregos e renda de nós”, disse David Ireland, motorista de São Francisco sobre as tecnologias de robotáxis.

No entanto, ele não está tão preocupado, pois não acredita que os carros autônomos irão durar por muitos anos.

Segundo Julia Ilina, porta-voz da Waymo, Ireland está certo e ainda haverá “uma grande necessidade de motoristas nos próximos anos”. Ela também observa que a medida que a empresa aumenta sua frota, os robotáxis ião criar novas funções para trabalhadores como despachantes, técnicos e de suporte ao cliente.

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