Bateria da Nasa pode tornar aviões elétricos uma realidade

Nasa aposta em bateria de estado sólido com potência, eficiência e segurança necessárias para uso em aviões comerciais
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 21/08/2023 15h24
avião
Imagem: muratart/Shutterstock
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A eletrificação da aviação, ou seja, a possibilidade de viajar comercialmente com aviões elétricos, ainda está distante. O principal entrave é a falta de baterias duradouras e seguras o suficiente para esse tipo de viagem. Mas uma nova tecnologia da Nasa em desenvolvimento pode mudar esse cenário.

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Atualmente, existem baterias que podem ser utilizadas em aviões. No entanto, elas só funcionam para algumas aeronaves mais leves, mais parecidas com drones do que verdadeiramente aviões. Além disso, a capacidade de fornecimento de energia ainda está muito aquém do necessário.

As baterias de íons de lítio, que são usadas para carros elétricos, também não atendem aos padrões de segurança necessários para serem usadas na aviação. O problema aqui é a inflamabilidade, mesma razão pela qual você não pode colocar itens como laptops ou telefones em sua bagagem despachada quando voa.

Bateria de estado sólido

  • Em busca de uma solução para contornar os desafios existentes, a Nasa vem desenvolvendo uma tecnologia que não usa produtos químicos de eletrólitos líquidos para a fabricação de baterias.
  • Essas substâncias podem sofrer uma reação em cadeia que faz com que elas se aqueçam, reajam mais devido ao calor e, eventualmente, peguem fogo.
  • Por isso, a agência espacial americana aposta em baterias de estado sólido, segundo informações da Euronews.
  • Elas não só têm a potência e a eficiência necessárias para as aeronaves, como mantêm uma estrutura sólida mesmo quando danificadas, o que significa que não pegam fogo.
  • Um protótipo de bateria de enxofre selênio foi desenvolvido e produziu o dobre de energia por quilograma em relação a uma bateria de íons de lítio padrão.
  • Os pesquisadores também descobriram que a tecnologia poderiam suportar temperaturas duas vezes mais quentes.
  • “Este projeto não apenas elimina de 30% a 40% do peso das baterias, mas também nos permite dobrar ou até triplicar a energia que pode armazenar, excedendo em muito as capacidades das baterias de íons de lítio que são consideradas o estado da arte”, disse Rocco Viggiano, investigador principal do projeto da Nasa.

Futuro da aviação será elétrico?

  • Apesar dos avanços, os responsáveis pela bateria de estado sólido lembram que ela ainda precisa passar por novos testes.
  • Além disso, essa é uma tecnologia considerada extremamente cara, o que inviabilizaria o uso em voos comerciais.
  • Mas os pesquisadores continuam buscando alternativas e a eletrificação da aviação agora parece mais perto do que antes.
  • O fato da nova tecnologia ser considerada limpa pode aumentar os esforços da comunidade científica, já que hoje a aviação responde por cerca de 2,4% das emissões globais de CO2.
  • E a eliminação, ou pelo menos redução, dessas emissões é considerada uma prioridade do setor.

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Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.