O governo do Japão iniciou nesta quinta-feira (24) o processo de despejo no Oceano Pacífico da água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima. O procedimento conta com o aval da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), mas é fortemente questionado por diversas entidades e até governos de países vizinhos.
Leia mais
- Água radioativa de Fukushima pode “matar” o Oceano Pacífico? Entenda
- Cientistas usam cobras com GPS para medir radiação de Fukushima
- Fukushima se tornou lar de javalis híbridos radioativos, diz estudo
Processo de despejo da água de Fukushima será gradual
- O início da liberação da água radioativa foi transmitido ao vivo.
- Dentro de uma sala de controle na usina, um profissional ligou a bomba que vai descartar o material no oceano de forma gradual – no máximo 500 mil litros por dia – por meio de uma tubulação subaquática de um quilômetro.
- Apesar das críticas, as autoridades japonesas garantem que o procedimento é seguro, uma vez que a água, suficiente para encher 500 piscinas olímpicas e usada para resfriar as barras de combustível da usina de Fukushima, destruída após ser atingida por uma tsunami e um terremoto em 2011, foi totalmente tratada.
- O governo do Japão ainda afirma que a água foi filtrada para remover a maioria dos elementos radioativos, exceto o trítio, um isótopo de hidrogênio que é difícil de separar da água.
- E alega que a substância precisa ser liberada para abrir espaço para o descomissionamento da usina e evitar vazamentos acidentais, segundo informações da Tech Xplore.
ONU promete acompanhar efeitos no oceano
- Em um comunicado nesta quinta, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi, disse que “os especialistas da AIEA estão lá no terreno para servir como os olhos da comunidade internacional e garantir que a descarga esteja sendo realizada conforme planejado de acordo com os padrões de segurança da AIEA”.
- A agência das Nações Unidas também disse que lançaria uma página para fornecer dados em tempo real sobre o despejo do material no oceano.
- A ideia é que o processo ocorra de forma escalonada, aumentando a quantidade de água liberada nos próximos dias por motivo de segurança.
- No total, 31.200 serão descartas até o final de março de 2024.
Reações contrárias à liberação da água radioativa
- O início da operação foi, como esperado, bastante contestado.
- Grupos de pescadores japoneses temem que a liberação da água radioativa prejudique ainda mais a reputação do país e, por consequência, a venda de frutos do mar.
- A China, por exemplo, impôs controles de radiação e proibiu importações de dez províncias japonesas.
- Os chineses representam o maior comprador de frutos do mar do Japão e essas restrições já provocaram uma queda de 30% nas vendas japonesas para a China.
- Organizações de defesa do meio ambiente também criticam o plano japonês.
- O Greenpeace, por exemplo, diz que o processo de filtragem é falho e que uma quantidade “imensa” de material radioativo será dispersada no mar nas próximas décadas.
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!