Meta estaria deixando anúncios de produtos letais para bebês no Facebook Marketplace

Produtos que passaram por recall depois de mais de 100 mortes por crianças continuam disponíveis para venda no Facebook Marketplace
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Ana Luiza Figueiredo 24/08/2023 21h04
Martelo de tribunal colocado em laptop com o logotipo da Meta na tela.
(Imagem: mundissima / Shutterstock.com)
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Legisladores do Congresso dos Estados Unidos enviaram uma carta ao CEO da Meta, Mark Zuckerberg, dizendo que as ações da empresa estariam colocando a segurança pública em risco. Isso porque, atualmente, a big tech permite que usuários do Facebook anunciem e vendam itens no Marketplace que passaram por um recall (foram “chamados de volta” pelas fabricantes por conterem alguma peça danificada que possa torná-lo perigoso), incluindo objetos que arriscam a segurança de bebês.

De acordo com o jornal The Wall Street Journal, a carta foi enviada após milhares de solicitações pedindo a retirada dos produtos como itens permitidos na plataforma, mas Meta não fez nada para resolver o problema.

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Risco de segurança

A carta afirmava que os itens poderiam representar um “sério risco de ferimentos e morte potencial”.

A falha da Meta em evitar que produtos recolhidos sejam colocados à venda em sua plataforma resultou em seus usuários e seus filhos sendo colocados em risco de comprar e usar um produto que a Comissão de Segurança de Produtos de Consumo (CPSC) descobriu representar um sério risco de ferimentos e morte potencial.

Carta enviada à Meta

Os produtos à venda no Facebook Marketplace mencionados pela carta do Congresso foram as poltronas Rock ‘n Play da Fisher-Price e as espreguiçadeiras para bebês recém-nascidos da Boppy Company.

Segundo dados da CPCS, o uso das duas causou mais de 100 mortes de crianças e bebês nos EUA.

Poltronas da Fisher-Price, um dos produtos que passaram por recall (Foto: COMISSÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS DE CONSUMO/Reprodução)

A quem cabe a remoção dos itens?

A CPSC já tinha indicado às empresas que fizessem o recall desses produtos e, em junho deste ano, pediu publicamente para as pessoas pararem de anunciar e comprar produtos danificados ou que apresentam risco em páginas de compra e venda online.

No entanto, segundo Alex Hoehn-Saric, presidente da CPSC, não cabe aos consumidores pararem de anunciar ou comprar esses produtos.

De acordo com ele, os marketplaces como os do Facebook têm inúmeros recursos e devem se responsabilizar e não permitir que eles sejam anunciados em primeiro lugar.

Espreguiçadeiras da Boppy Company, outro produto que passou por recall (Foto: COMISSÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS DE CONSUMO/Reprodução)

Facebook Marketplace

  • O problema não é tão simples assim.
  • Mercados online, como o do Facebook, não têm uma regulação governamental e, por isso, fica a cargo da empresa definir suas políticas.
  • A Meta respondeu ao jornal que leva o problema a sério e que, quando identifica esses itens perigosos no catálogo do Marketplace, os retira.
  • No entanto, os usuários ainda conseguem achar formas de driblar essas regras e anunciar esses produtos.
  • Segundo a deputada Jan Schakowsky, uma das autoras da carta, os Estados Unidos não têm proteções suficientes para esses marketplaces e que outras 16 plataformas, como o TikTok, também receberam cartas semelhantes.
  • Essas outras empresas também não responderam ou tomaram medidas, e o Congresso pediu que os esforços para tirar os produtos aconteçam até o final do mês.

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Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.