Histórias envolvendo zumbis são típicas do mundo de Hollywood. Mas elas também existem no mundo animal. O cordyceps, por exemplo, é um fungo que se reproduz infectando formigas e controlando seu sistema nervoso (você deve lembrar dele se assistiu à série da HBO The Last of Us ou conhece o jogo que baseou essa história). Já vespas parasitas podem forçar aranhas a construir um tipo especial de casulo de teia para suas larvas. E agora, pesquisadores da Universidade Brown, nos Estados Unidos, identificaram uma nova espécie de vermes que se propagam “hackeando” o genoma de seu hospedeiro para assumir o controle do animal.

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Como o verme assume o controle do animal

  • A pesquisa foi publicada na revista Molecular Ecology e descreve o parasita chamado Levinseniella byrdi.
  • Segundo os pesquisadores, ele só pode se reproduzir nas entranhas de certas espécies de aves do pântano.
  • Mas os ovos do pequeno verme acabam passando para o ambiente através dos excrementos da ave, e acabam sendo comidos por anfípodes, pequenos crustáceos.
  • As larvas se desenvolvem e depois “invadem” as brânquias do animal.
  • Os anfípodes geralmente se escondem sob a vegetação com a ajuda de sua coloração cinza ou marrom.
  • Mas quando infectados, mudam de cor e se tornam laranja brilhante.
  • Além disso, começam a explorar a natureza.
  • Essas duas novas características tornam os animais presas fáceis para aves predadoras.
  • E é exatamente o que o verme parasita quer para poder continuar o seu ciclo de infecção.

O que os cientistas descobriram

  • No novo estudo, os pesquisadores da Universidade Brown investigaram como a Levinseniella byrdi faz essas mudanças na biologia do anfípode, segundo informações da New Atlas.
  • Eles usaram o sequenciamento de RNA para identificar genes no genoma dos anfípodes que correspondem às principais alterações e descobriram que os vermes ativam genes que envolvem pigmentação, interferem em sua capacidade de detectar estímulos externos e suprimem vários genes envolvidos em respostas imunes, que de outra forma combateriam o parasita.
  • A equipe diz que entender melhor esses sistemas pode eventualmente nos ajudar a combater patógenos que afetam os seres humanos.
  • “Caracterizar os mecanismos moleculares de manipulação é importante para avançar na compreensão da coevolução hospedeiro-parasita Aprender os mecanismos moleculares desses tipos de interações hospedeiro-parasita pode ter implicações importantes sobre como gerenciar patógenos em geral e em humanos”, explicou David Rand, um dos autores do estudo.

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