Método criado pela USP pode facilitar o desenvolvimento de antibióticos

Sistema de Expressão para Identificação de Moléculas com Atividade Antimicrobiana, da USP, pode reduzir o tempo para criação de antibióticos
Alessandro Di Lorenzo30/08/2023 12h13
Antibioticos
Imagem: Fahroni/Shutterstock
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As superbactérias ou bactérias resistentes a diversos antibióticos representam, atualmente, uma
das principais ameaças à saúde pública. Pensando nisso, pesquisadores da USP criaram o Sistema de Expressão para Identificação de Moléculas com Atividade Antimicrobiana. Esse novo método pode reduzir o tempo de descoberta de um antibiótico.

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Os antibióticos são receitados quando se tem uma infecção bacteriana mais grave ou com potencial de ficar perigosa. Porém, o uso constante deles torna as bactérias mais resistentes, já que elas se “acostumam” com o medicamento.

“Nesse contexto, desenvolvemos um método utilizando biosensores que determina a identificação simultânea de inibição de crescimento e o mecanismo de ação, como dano ao DNA, dano a membrana ou parede celular, assim como a inibição de síntese protéica“, explica Estela Ynés Valencia Morante, do Instituto de Ciências Biomédicas, uma das pesquisadoras da patente desenvolvida pela USP.

Como funciona o método desenvolvido pela USP

  • Por meio da análise genômica de alguns fungos e bactérias, foram descobertos agrupamentos gênicos para a biossíntese de antibióticos — ou seja, que podem ser suscetíveis à ação combativa do antibiótico — que ampliam as possibilidades de criação de novos compostos antimicrobianos.
  • “A tecnologia é um ensaio funcional que utiliza uma estratégia química-genética para identificar moléculas antimicrobianas por inibição do crescimento e, simultaneamente, determinar seu alvo molecular de ação como: dano ao DNA, inibição de ribossomos ou dano à membrana/parede celular.  Assim, biossensores bacterianos funcionam como uma ferramenta que fornece dados rápidos, de simples implementação e baixo custo“, observa Felipe Chambergo Alcalde, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, também pesquisador da patente.
  • Ele é utilizado sobretudo contra cepas de bactérias como Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Mycobacterium tuberculosis, entre outras, segundo o Jornal da USP.
  • “Essa tecnologia permitirá reduzir o tempo de descoberta de um antibiótico ao analisar um maior número de amostras sendo naturais ou sintéticas, com aplicação na área de saúde humana, natural ou vegetal. Pretendemos miniaturizar a tecnologia para a identificação microbiana em larga escala“, afirma Ynés.
  • A patente está diretamente relacionada com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável “Saúde e Bem-Estar” da Organização das Nações Unidas.

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Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.