Quase 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo já se inscreveram para participar do projeto Worldcoin. Mas o sistema de verificação que escaneia os olhos das pessoas e foi cofundado por Sam Altman, CEO da OpenAI, dona do ChatGPT, tem enfrentado dificuldades para continuar se expandindo em função das várias investigações abertas em diversos países.

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Worldcoin: projeto polêmico

  • A Worldcoin foi lançada em julho e realiza o escaneamento da íris de pessoas em troca de uma recompensa em WLD, a criptomoeda do projeto.
  • O objetivo é criar uma identidade global a partir da biometria das pessoas que poderia ser usada por governos e empresas.
  • O sistema também permitiria, entre outras coisas, que os usuários provem online que são humanos, principalmente em um mundo futuro dominado pela inteligência artificial.
Worldcoin garante que os dados recolhidos são excluídos ou armazenados de forma criptografada (Imagem: Iljanaresvara Studio/Shutterstock)

Investigações mundo afora

Na Argentina, a Agência de Acesso à Informação Pública (AAIP) vai apurar se a Worldcoin está respeitando as “medidas de segurança adotadas no âmbito da proteção da privacidade dos usuários”. “Além disso, serão tomadas medidas adequadas para resolver quaisquer problemas identificados e garantir que a empresa cumpra os padrões de segurança e privacidade”, destacou a AAIP.

Segundo a agência, a Worldcoin possui pontos de registro de íris nas províncias de Buenos Aires, Córdoba, Mendoza e Rio Petro. O governo argentino lembrou ainda que os cidadãos do país “têm direito, sempre que sejam fornecidos dados pessoais, a dispor de informação clara e acessível relativamente a atribuição, utilização e finalidade para a qual os dados são recolhidos e tratados, especialmente no que diz respeito a dados sensíveis, como os dados biométricos”.

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Autoridades do Reino Unido, da Alemanha, da França e de Portugal também apuram a forma como o projeto obtém, armazena e processa os dados biométricos obtidos. De acordo com os responsáveis pela iniciativa, o registro de íris é apagado assim que é coletado, sendo substituído por uma identidade criptografada, o World ID.

Já no Quênia, o governo do país africano ordenou o fim da coleta de dados da Worldcoin. Em um comunicado, a Autoridade de Comunicação queniana afirmou que vai avaliar o projeto da Worldcoin devido à “falta de clareza no armazenamento e segurança” das informações de íris coletadas dos usuários.

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Além disso, as autoridades citam “incertezas” relacionadas às criptomoedas que serão vinculadas aos olhos das pessoas. Por fim, o governo do Quênia questionam os incentivos oferecidos pela Worldcoin para fazer pessoas entregarem os dados para a empresa.

A empresa garante que os dados biométricos são excluídos ou armazenados de forma criptografada e que está “comprometida” em trabalhar com os reguladores, segundo informações da Reuters.

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