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Três anos após o início da pandemia da Covid-19, o Brasil continua a enfrentar um excesso de mortes, embora em um nível consideravelmente menor do que nos primeiros anos da crise sanitária.
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O cálculo do excesso de mortalidade avalia o número de óbitos registrados no país acima do que era esperado para cada ano. Isso é feito com base no padrão observado em anos anteriores, sendo a Covid-19 uma das principais causas dessa disparidade.
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Até março de 2023, o país registrou um aumento de aproximadamente 18% nas mortes em relação ao que era esperado para o período. Enquanto eram projetadas 262,8 mil mortes, houve cerca de 48 mil a mais do que o previsto. É importante ressaltar que, no auge da pandemia, em abril de 2021, esse aumento chegou a alarmantes 80% na região Norte do país.
Impacto da Covid-19 ainda é sentido
Esses números evidenciam que a Covid-19, embora em menor intensidade, continua a causar mortes diretas ou indiretas no Brasil.
Além disso, outras condições de saúde, como diabetes, também viram um aumento no número de óbitos no período, pois a Covid-19 pode agravar essas condições e levar ao óbito. Em 2023, houve uma leve queda no excesso de mortalidade desde janeiro, embora ainda persista acima do limite esperado.
O cálculo de excesso de mortalidade
- O painel de excesso de mortalidade é elaborado pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) em parceria com a organização de saúde pública Vital Strategies e a Arpen-Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais).
- Este painel desempenhou um papel fundamental durante a pandemia, fornecendo uma visão em tempo real do verdadeiro impacto da doença sobre as mortes no país.
- Para calcular o excesso de mortes, os pesquisadores analisam os atestados de óbito registrados em cartórios em decorrência de causas naturais, excluindo causas externas, como homicídios, suicídios e acidentes de trânsito.
- Em seguida, comparam esses números com a série histórica de óbitos obtida pelo portal SIM-MS (Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde) entre 2015 e 2019.
- Em 2020, o Brasil registrou um aumento de 24% nas mortes por todas as causas naturais em comparação com anos anteriores.
- Esse aumento é considerado o excesso de mortalidade causado pela Covid-19.
- Os anos de 2020 e 2022 mantiveram esse aumento em 24%, enquanto em 2021, quando ocorreu o pico de mortes por Covid-19, o excesso atingiu 46%.
Vacinação e nova variante
Embora o cenário atual seja mais favorável em relação à pandemia, especialistas expressam preocupação com a baixa cobertura vacinal, especialmente em crianças, que pode resultar em novas infecções e casos graves de hospitalização. De acordo com dados da Fiocruz até 9 de agosto de 2023, apenas 11,4% das crianças com até cinco anos foram adequadamente imunizadas contra a Covid-19.
Quanto aos adultos, a vacinação com a bivalente, que inclui a cepa ancestral de Wuhan e as novas variantes do coronavírus, atingiu 13% até junho, de acordo com um levantamento da Folha de S. Paulo.
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