Guerra dos chips: empresa chinesa teria violado sanções, segundo os EUA

Principal fabricante de chips da China é acusada de violar as sanções dos EUA ao fornecer componentes para a Huawei
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 06/09/2023 13h02
chips china
(Imagem: William Potter / Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O Congresso dos Estados Unidos discute abrir uma investigação contra a principal fabricante de chips da China, a Semiconductor Manufacturing International Corp (SMIC). Segundo alguns legisladores norte-americanos, a empresa teria violado as sanções dos EUA ao fornecer componentes para a Huawei.

Leia mais

Entenda o caso

  • A Huawei utilizou um processador avançado de 7 nanômetros construído pela SMIC para alimentar seu mais recente smartphone.
  • O lançamento do produto indicou que a China está avançando em seu esforço para produzir semicondutores de ponta, apesar das sanções dos EUA.
  • As regras impostas pela Casa Branca exigem a aprovação do governo norte-americano para que qualquer empresa forneça à Huawei tecnologia dos EUA, que está presente em todas as operações da SMIC.
  • Segundo os legisladores norte-americanos, no entanto, essa licença não teria sido dada.
  • As informações são da Bloomberg.

Sanções não estão surtindo o efeito esperado

O caso também acende uma discussão sobre a eficácia das sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos em meio ao que está sendo chamado de a guerra dos chips.

Segundo o deputado Michael McCaul, presidente republicano do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, US$ 23 bilhões, quase R$ 115 bilhões, em licenças foram concedidas para empresas venderem tecnologia para a China no primeiro trimestre do ano passado. Isso indica que as regras são muito brandas.

A SMIC foi adicionada à lista de entidades dos EUA em 2020 nos últimos dias do governo de Donald Trump, restringindo severamente seu acesso a tecnologia avançada. A inclusão da empresa se deve a preocupações de segurança nacional.

Congressistas dos EUA afirmam que as sanções contra a China são muito brandas (Imagem: Wallpaper Flare)

A guerra dos chips

Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.

Além disso, cidadãos americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.

Importância dos chips semicondutores

Nos últimos anos, os chips semicondutores se tornaram uma força vital da economia moderna e o cérebro de todos os dispositivos e sistemas eletrônicos, de iPhones até torradeiras, data centers a cartões de crédito. Um carro novo, por exemplo, pode ter mais de mil chips, cada um gerenciando uma operação do veículo.

Os semicondutores também são a força motriz por trás das inovações que prometem revolucionar a vida no próximo século, como a computação quântica e a inteligência artificial, como o ChatGPT, da OpenAI.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.