James Webb poderia detectar vida na Terra se estivesse em outro sistema estelar

Pesquisadores simularam se o JWST poderia identificar bioassinaturas e tecnossinaturas na Terra se ele estivesse bem longe daqui
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 12/09/2023 18h33, atualizada em 14/09/2023 20h54
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O Telescópio Espacial James Webb (JWST), além de investigar o universo primitivo, também tem como objetivo observar a atmosfera de exoplanetas próximos a fim de encontrar vida, no entanto, não se sabe se o telescópio pode fazer isso. Agora, um estudo sugere que se ele estivesse olhando para a Terra de outro sistema solar, ele poderia encontrar sinais da nossa civilização.

Em planetas relativamente próximos, o James Webb pode procurar sinais conhecidos como bioassinaturas, produzidos por vida biológica, ou tecnoassinaturas, produzidas por civilizações alienígenas avançadas. Para testar se ele realmente poderia fazer isso, os pesquisadores resolveram testar se ele conseguiria encontrar esses sinais de vida no único lugar em que sabemos que ela existe: a Terra.

Para isso, os pesquisadores imaginaram que o JWST observava a Terra de outro sistema estelar e analisaram se os dados recolhidos por ele poderiam indicar a presença de vida no nosso planeta. 

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James Webb em outro sistema estelar

No estudo ainda não revisado por pares, mas que já se encontra em pré-impressão no arXiv, foram colhidas amostras espectrais da Terra e a qualidade delas foram drasticamente reduzidas, para que se parecessem vistas de longe, a dezenas de anos-luz de distância. Os dados foram colocados em uma simulação que copiava as capacidades do James Webb para ver se ele poderia detectar metano e oxigênio, produzido por vida biológica, e dióxido de nitrogênio e clorofluorocarbonos (CFCs), produzido por humanos. 

O resultado foi que sim, o telescópio poderia nos detectar na Terra se ele estivesse em outro sistema estelar. A qualidade das amostras foi muito semelhante às colhidas pelo JWST dos planetas no sistema TRAPPIST-1, há 40 anos-luz de distância, sugerindo que ele pode detectar assinaturas de vida em locais num raio de 40 anos-luz. Os pesquisadores, no entanto, acreditam que esse raio pode ser 50 anos-luz.

Atualmente são conhecidos 20 exoplanetas a essa distância da Terra, mas o Projeto EDEN, uma colaboração internacional para encontrar planetas potencialmente habitáveis, estima que existam pelo menos 4 mil exoplanetas ao alcance do James Webb.

No entanto, isso não significa que será fácil encontrar sinais de vida em outro planeta. As bioassinaturas e tecnoassinaturas em outros lugares do universo podem ser completamente diferentes das encontradas na Terra, e sem o conhecimento sobre o ambiente habitável pode ser difícil interpretá-las.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.