Parte do Sol está “quebrada”?

Rumores sobre o Sol estar “quebrado” circulam pela internet, e a explicação está em um evento que aconteceu nos primeiros meses do ano
Ana Luiza Figueiredo13/09/2023 15h23
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Imagem: Reprodução
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Recentemente, discussões pipocaram em diversas partes da internet sobre de uma possibilidade de parte do nosso Sol estar “quebrada”.

Um artigo em inglês circula com o título “Part of the Sun is broken” (“Parte do Sol está quebrada”, em tradução livre), mas, como o próprio artigo explica, isso não é o que realmente aconteceu. Em vez disso, está se referindo a um evento solar genuinamente incrível que ocorreu em fevereiro, quando uma proeminência solar (uma grande nuvem de plasma denso) saiu da superfície do Sol e depois girou em torno do polo norte do Sol em um redemoinho.

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O físico solar e diretor-adjunto do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica em Boulder, Colorado, Scott McIntosh, disse ao Space.com que nunca tinha visto nada parecido com o redemoinho antes. No entanto, a grande proeminência não é incomum. Elas, juntamente com as manchas solares, aumentam em atividade à medida que entramos no “máximo solar”.

A atividade solar aumenta e diminui em um ciclo de 11 anos conhecido como ciclo de Schwabe. De 1826 a 1843, o astrônomo amador alemão Heinrich Schwabe observou o Sol, descobrindo que ele gira em seu próprio eixo a cada 27 dias. Ele notou que o Sol passa por períodos de calmaria, onde não se podem ver manchas solares, até a fase máxima, onde 20 ou mais grupos de manchas solares podem ser observados.

A atividade do Sol está aumentando no momento, com o próximo máximo solar previsto para julho de 2025, de acordo com a NOAA. No entanto, outra equipe acredita ter uma previsão melhor, observando “donuts magnéticos” que se formam a 55 graus de latitude em ambos os hemisférios do Sol. Essas formações migram em direção ao equador, onde se encontram e se cancelam, o que a equipe chamou de “terminador do ciclo de Hale”.

“A cada ciclo solar, ele se forma a 55 graus de latitude e começa a se mover em direção aos polos solares”, disse McIntosh ao Space.com, referindo-se a uma “fileira de sebes” de proeminências solares que também migram durante o ciclo solar. “É muito curioso. Há uma grande pergunta ‘por quê’ em torno disso. Por que ele só se move em direção ao polo uma vez e depois desaparece e depois volta magicamente três ou quatro anos depois exatamente na mesma região?”

Observações como as de fevereiro, bem como dados do Solar Orbiter da Agência Espacial Europeia, nos ajudarão a entender quais processos estão por trás disso. Mas não se preocupe, o Sol definitivamente não está quebrado.

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Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.

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