Luva reutilizável atinge temperatura de 100 ºC e “queima” vírus

Aquecimento de parte externa da luva mata pelo menos 99,9% dos vírus, enquanto a parte interna mantém a temperatura do corpo humano
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 13/09/2023 05h40, atualizada em 13/09/2023 21h42
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As luvas descartáveis, bastante utilizadas em ambientes hospitalares, por exemplo, podem estar com os dias contados. No futuro, pesquisadores acreditam que elas devem dar lugar a um novo tipo de luva reutilizável que “queima” os vírus. A tecnologia foi apresentada em pesquisa publicada na revista ACS Applied Materials and Interfaces.

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Como funcionam as luvas

  • As novas luvas estão sendo desenvolvidas por uma equipe da Rice University, nos Estados Unidos.
  • Elas são feitas de um tecido composto com uma camada condutora de eletricidade por fora e uma camada isolante por dentro.
  • O material também pode ser usado para outras peças de vestuário, como máscaras.
  • As informações são da New Atlas.
Temperatura externa da luva pode atingir mais de 100 ºC (Imagem: Gustavo Raskosky/Rice University)

“Queimando” os vírus

Utilizando uma técnica conhecida como aquecimento Joule – em que uma corrente elétrica é passada através de um condutor para gerar calor – a superfície externa das luvas pode ser rapidamente aquecida a uma temperatura de mais de 100 ºC. Em menos de cinco segundos, esse processo mata pelo menos 99,9% dos vírus, como o SARS-CoV-2, responsável pela Covid-19.

Enquanto esse processo de aquecimento acontece, a superfície inversa do material, que está em contato com a pele do usuário, não fica mais quente do que 36 ºC. A temperatura média normal do corpo humano é de 37 ºC, o que significa que o produto não é prejudicial à saúde.

A melhor parte é que você nem precisa tirar as luvas ou outras roupas de proteção para limpá-las. Esse material permite que você descontamine em segundos, para que você possa voltar à tarefa em mãos.

Marquise Bell, estudante de pós-graduação em engenharia mecânica da Rice University e líder do estudo

Além do uso seguro em ambientes hospitalares, os pesquisadores ressaltam que a tecnologia reduziria, e muito, a quantidade de luvas descartadas em aterros sanitários. Ou seja, o novo produto também seria benéfico ao meio ambiente.

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Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.