EUA dizem que Google enriqueceu pelo status de buscador padrão

O governo dos EUA alega que o Google enriqueceu através de acordos para ser o mecanismo de busca padrão em dispositivos móveis
Ana Luiza Figueiredo14/09/2023 16h17
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Imagem: Potashev Aleksandr / Shutterstock.com
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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos reforçou, nesta quinta-feira (14), sua argumentação de que o Google buscou acordos com operadoras móveis para garantir posições poderosas em smartphones, dominando como buscador padrão. A argumentação foi feita durante um julgamento antitruste que poderia alterar o futuro da internet.

O governo concluiu o interrogatório de Antonio Rangel, professor de biologia comportamental do Instituto de Tecnologia da Califórnia, na manhã de quinta-feira, terceiro dia do julgamento. Rangel discutiu como os consumidores tendem a permanecer com navegadores em computadores e celulares pré-instalados como aplicativos padrão.

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O governo alega que a unidade Alphabet, empresa-mãe do Google, paga anualmente US$ 10 bilhões a empresas para ser o mecanismo de busca padrão em dispositivos. Isto incluiria empresas de telecomunicações como a AT&T, fabricantes de dispositivos como a Apple e desenvolvedores de navegadores como a Mozilla. O objetivo deste investimento seria afastar concorrentes e manter sua participação de mercado em buscas em torno de 90%.

John Schmidtlein, advogado do Google, durante o interrogatório de Rangel, destacou que um número significativo de consultas de pesquisa dos usuários ia para o Google mesmo quando outro mecanismo de busca era o padrão.

Uma parte importante da defesa do Google é que o governo está errado ao afirmar que a empresa quebrou a lei para manter sua enorme participação de mercado. A empresa argumenta que seu mecanismo de busca é amplamente popular devido à sua qualidade, e que quaisquer pagamentos a empresas de telecomunicações ou outras partes eram compensações justas pelos parceiros.

O governo chamou testemunhas na terça e quarta-feira para mostrar que o Google, desde meados dos anos 2000, buscou atrair um grande número de consultas de pesquisa ao conquistar o status de padrão em dispositivos móveis.

A influência do Google nas buscas, alega o governo, ajudou a empresa a construir monopólios em alguns aspectos da publicidade de buscas online. As buscas são gratuitas, então o Google obtém lucro por meio da publicidade.

O governo também alegou que o Google tomou medidas ilegais para proteger as comunicações sobre os pagamentos.

Impacto nas big techs

  • A luta tem grandes implicações para as gigantes da tecnologia, que têm sido acusadas de comprar ou sufocar pequenos concorrentes.
  • Estas empresas têm se defendido enfatizando que seus serviços são gratuitos, como no caso do Google, ou baratos, como no caso da Amazon.com.
  • Se o Google for considerado culpado, o juiz do Distrito dos EUA, Amit Mehta, que está decidindo o caso, determinará como resolver a questão.
  • Ele pode ordenar que o Google pare com práticas consideradas ilegais ou que venda ativos.
  • Julgamentos antitruste importantes anteriores incluem o da Microsoft, apresentado em 1998, e o da AT&T, apresentado em 1974.
  • A divisão da AT&T em 1982 é creditada por abrir caminho para a indústria de telefonia celular moderna, enquanto a disputa com a Microsoft é creditada por abrir espaço para o Google e outros na internet.

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Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.