Por Rivelino Gama, diretor executivo de Negócios Infinix na Positivo Tecnologia

5G completou o primeiro ano de Brasil em julho. O avanço da tecnologia chegou ao País com grande entusiasmo, especialmente entre os fabricantes de equipamentos de redes e de celulares, o Poder Público e, claro, as operadoras.

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Mais de um ano depois, a novidade hoje é acessada por 4% do total de celulares conectados à Internet (dados da Anatel referentes ao último mês de maio). Além disso, um estudo da GSMA estima que o 5G deve atingir a marca de 36,2 milhões de acessos no Brasil até 2025, ou seja, mais do que triplicar o cenário atual. Para 2030, a expectativa é atingir mais de 179 milhões.

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É importante ponderar que, do ponto de vista do consumidor, a tecnologia existente e acessível a todos ainda não traz uma grande revolução para o público final, visto que tudo o que existe atualmente está plenamente adaptado a uma rede 4G de última geração. Hoje, esse perfil de usuário vê a inovação como algo em potencial para acelerar o download de vídeos, por exemplo.

Já para nós, da indústria de fabricantes de celulares, significa um ciclo de renovação e novidades. Trata-se de uma oportunidade para novas ideias serem postas em prática. É um verdadeiro impulsionamento tecnológico que nos permite acelerar o desenvolvimento de ferramentas, até então, “futurísticas”.

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Há desafios para serem superados

E os desafios para que o 5G se torne um fator prioritário para o brasileiro passam justamente por essas oportunidades. Apesar de 30% dos municípios já estarem aptos a receber a tecnologia, atingindo a meta estabelecida pelo Governo Federal para o primeiro semestre de 2023, ainda há um longo caminho a ser percorrido.

Está na indústria e em setores como a medicina e o agronegócio os pontos mais perceptíveis dos impactos neste primeiro ano. O 5G representa um grande salto de qualidade, não só pela velocidade de conexão, mas principalmente pela baixa latência, o que possibilita aplicações em tempo quase real, mesmo com controle à distância. E é nesse cenário de onde, provavelmente, sairão modelos de negócios mais interessantes e futuristas.

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Podemos destacar, como exemplo, a telemedicina, que se tornou muito popular nos últimos anos, especialmente na pandemia, e que pode alcançar um patamar bem mais avançado que o atual. Já no agro, a revolução está em um controle de plantações e rebanhos em uma escala e eficiência que ainda é difícil de mensurar. A tecnologia, aliás, há muitos anos faz parte do sucesso desse setor, que tende a evoluir ainda mais em um futuro não tão distante.

5G
Imagem: Marko Aliaksandr/Shutterstock

O que as empresas devem fazer?

Por tudo isso, é papel das grandes empresas desenvolvedoras de aparelhos tecnológicos atentarem-se às ofertas de novos produtos que estimulem no brasileiro a vontade de possuir uma velocidade 5G, tanto para o uso pessoal quanto para quem quer avançar nos negócios. E uma forma de facilitar esse acesso é investir na fabricação local desses equipamentos, o que gera economia de custos, se comparado à importação de itens, além de ser um importante impulsionador de empregos.

Por fim, não podemos deixar de lado a importância de se atentar ao fato de o 5G ainda não ser o principal motivo de escolha do brasileiro por um aparelho. É fundamental que o mercado nacional entenda bem essa realidade e, além de ter um portfólio que atenda a estes principais motivos no cenário mais curto, forneça insumos para que o assunto vá se tornando presente para esses consumidores. E tudo isso passa pelo investimento contínuo e crescente em tecnologia.

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