O filme “Som da Liberdade”, baseado numa história real sobre tráfico humano, chega às telonas brasileiras nesta quinta-feira (21). Nos EUA, o longa estreou em 4 de julho – e sua arrecadação chega perto de outros lançamentos blockbusters de 2023, por exemplo: “Oppenheimer“, “Barbie” e “Missão Impossível 7”.

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O longa acompanha o ex-agente especial do governo estadunidense Tim Ballard (Jim Caviezel), que embarca numa missão para resgatar crianças vítimas de tráfico infantil. Na Colômbia, Ballard decide deixar seu cargo no governo para “fazer justiça com as próprias mãos”.

Dirigido por Alejandro Monteverde (Little Boy), o longa também traz no elenco tem Mira Sorvino (American Crime Story), Bill Camp (O Gambito da Rainha) e Kurt Fuller (Psych).

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Polêmicas de ‘Som da Liberdade’

A princípio, a produção pode parecer um filme de ação e investigação “normal”. Mas está embalada em polêmicas, que surgiram ao longo dos últimos cinco anos.

Para começar, o filme é acusado de servir como veículo de propaganda do QAnon, um movimento que acredita que satanistas liberais estariam controlando o governo dos Estados Unidos e que traficantes sexuais a serviço dos democratas sequestram crianças mundo afora.

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Mas como chegou a esse ponto? Foi assim:

  • A produção do filme começou em 2018, quando as teorias da conspiração QAnon não eram levadas muito a sério;
  • Em 2019, a Disney comprou a 21st Century Fox, que distribuiria o filme nos Estados Unidos, e arquivou dezenas de projetos (entre eles, o longa em questão);
  • Quando o produtor Eduardo Verastegui conseguiu comprar os direitos de volta, passou a distribuição para o Angel Studios, especializado em projetos religiosos;
  • Em 2020, veio a pandemia, que atrasou o projeto – e Caviezel começou a promover o filme em eventos do QAnon;
  • Em paralelo, reportagens da Vice News mostraram que o grupo de Tim Ballard – Operation Underground Railroad (OUR) – tinha reportado resgates que não tinham feito;
  • Além disso, organizações especializadas em crianças vítimas de tráfico sexual passaram a criticar o OUR;
  • Ballard foi conselheiro do governo Trump, recentemente se afastou do seu grupo (após ser investigado por assédio) e negou afiliação com o QAnon.
Cena do filme Som da Liberdade
(Imagem: Divulgação)

A outra parte da polêmica de “Som da Liberdade” diz respeito à sua bilheteria nos EUA. É que a distribuição do Angel Studios contou com “pague para o próximo”, no qual pessoas ou instituições podem comprar ingressos para doação.

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Isso levou a acusações de que os milhares de ingressos comprados por igrejas e empresas inflaram a bilheteria, que superou a estreia de blockbusters como “Indiana Jones e a Relíquia do Destino” e “Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte Um”.

Nem em um milhão de anos imaginaria que [o filme] seria tão politizado. Vi uma reportagem [sobre tráfico de crianças] na mídia e sempre achei que seria um filme que uniria todos nós.

Alejandro Monteverde, diretor de “Som da Liberdade”, em entrevista à revista Vanity Fair

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