Cientistas dizem ter criado IA que traduz o que as galinhas “falam”

Pesquisadores da Universidade de Tóquio dizem ter criado um sistema alimentado pela IA e capaz de interpretar estados emocionais em galinhas
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 21/09/2023 15h49
Galinha
(Imagem: Lukas Beno/Shutterstock)
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Já pensou se a gente pudesse entender o que os animais estão dizendo? Talvez isso não esteja tão distante assim. Pelo menos é o que garante um grupo de pesquisadores japoneses que afirma ter desenvolvido uma inteligência artificial capaz de traduzir o que as galinhas falam.

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IA pode traduzir o que as galinhas dizem?

  • Os pesquisadores da Universidade de Tóquio dizem ter criado um “sistema capaz de interpretar vários estados emocionais em galinhas, incluindo fome, medo, raiva, contentamento, excitação e angústia”.
  • Eles dizem que a técnica está “enraizada em algoritmos matemáticos complexos” e pode até ser usada para se adaptar aos padrões vocais em constante mudança das galinhas, o que significa que ela só fica melhor em decifrar “vocalizações de galinhas” com o tempo.
  • A tecnologia utiliza a IA e foi chamada de Aprendizagem de Análise Emocional Profunda.
  • As informações são do The Byte.
Sistema utiliza IA para traduzir estados emocionais das galinhas (Imagem: everything possible/Shutterstock)

Como funciona o sistema

Para testar seu novo sistema, os pesquisadores gravou e analisou amostras de 80 galinhas. Eles então alimentaram esses dados com um algoritmo para relacionar os padrões vocais a vários “estados emocionais” nas aves.

Ao se unirem a uma equipe de oito psicólogos e veterinários animais, os cientistas foram capazes de identificar o estado mental de uma determinada galinha com uma alta precisão.

Os resultados de nossos experimentos demonstram o potencial do uso de IA e técnicas de aprendizado de máquina para reconhecer estados emocionais em galinhas com base em seus sinais sonoros. As altas probabilidades médias de detecção para cada emoção sugerem que nosso modelo aprendeu a capturar padrões e características significativas dos sons das galinhas.

Pesquisadores da Universidade de Tóquio

Os pesquisadores, no entanto, reconheceram que a precisão de seu modelo pode mudar com diferentes raças e condições ambientais e que “o conjunto de dados usado para treinamento e avaliação pode não capturar toda a gama de estados emocionais e variações de galinhas”.

Além disso, há muitas outras formas como as galinhas se comunicam. Uma delas é a partir de “outras pistas não acústicas, como a linguagem corporal e as interações sociais”.

O trabalho ainda precisa ser revisados por pares. Mas os cientistas dizem que os resultados são um ponto de partida empolgante para que possamos entender o que os animais querem dizer.

É um grande salto para a ciência! E isso é só o começo. Esperamos ser capazes de adaptar essas técnicas de IA e ML a outros animais e estabelecer as bases para uma inteligência incrível nas várias indústrias relacionadas a animais. Se soubermos o que os animais estão sentindo, podemos projetar um mundo muito melhor para eles.

Adrian David Cheok, professor da Universidade de Tóquio

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Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.