Direção autônoma: hacker consegue fazer veículo “alucinar”; entenda

Hacker mostra como direção autônoma ainda está sujeita a vulnerabilidades e pode causar acidentes graves
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 25/09/2023 17h25, atualizada em 02/10/2023 20h58
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Já teve a sensação de que viu algo de canto de olho, mas, quando olhou novamente, na verdade era algo completamente diferente? Um hacker enganou a direção autônoma de veículos para fazer com que os sensores tenham essa mesma sensação. A intenção é mostrar como esses sistemas podem ser corrompidos e causar resultados desastrosos.

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Como enganar direção autônoma

  • O responsável pela pesquisa foi Kevin Fu, professor de engenharia e ciência da computação da Northeastern University, nos Estados Unidos.
  • Ele revelou que é possível fazer com que os sistemas de direção autônoma tenham a mesma sensação que os humanos têm, de achar que viram algo, mas que na verdade era diferente.
  • Ele batizou o projeto de Poltergeist e revelou que, para causar essa “alucinação” nos veículos, é possível utilizar os recursos da própria câmera contra ela e manipular os sensores para causar uma ilusão de ótica.
  • Segundo o site Techxplore, eles usaram ondas sonoras e conseguiram desfocar o que a câmera vê.
Mercedes-Benz com direção automática
Sistema ainda depende do motorista para tomar algumas decisoes (Imagem: Mercedes-Benz / Divulgação)

O que pode acontecer

Testando a descoberta, eles removeram objetos das vias ou mudaram o que o carro via. Assim, ele interpreta o ambiente de uma forma diferente e, consequentemente, toma decisões diferentes na hora da direção.

Como exemplo, Fu mostrou que é possível fazer com que um modelo com direção autônoma veja uma placa onde não há nenhuma sinalização, causando uma parada repentina. Ainda, o Poltergeist poderia excluir a imagem de uma pessoa onde há um pedestre, causando um atropelamento.

Objetivo da pesquisa em direção autônoma

Com a popularização dos modelos com direção autônoma, Fu acredita ser importante encontrar suas vulnerabilidades. Assim, é possível trabalhar nelas para evitar que um sistema seja hackeado e cause danos graves, como atropelamentos ou outros tipos de acidentes.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.