Túmulo de cortesã grega de 2.300 anos é descoberto em Israel

Os arqueólogos deduzem que a mulher encontrada no túmulo teria sido uma prostituta grega de luxo devido aos objetos que estavam com ela
Flavia Correia27/09/2023 16h03
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Arqueólogos em Israel descobriram o que acreditam ser os restos mortais de uma cortesã grega antiga. Crédito: Shai Halevi/Autoridade de Antiguidades de Israel
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Pesquisadores em Israel descobriram um túmulo com restos mortais cremados de uma mulher que provavelmente teria sido uma acompanhante grega de alta classe do período de Alexandre, o Grande, entre 336 e 323 a.C – ou Antes da Era Moderna (AEC), na linguagem acadêmica.

Descoberto em uma caverna funerária à beira de uma estrada ao sul Jerusalém, as sobras da jovem foram encontradas ao lado de uma série de pregos de ferro dobrados e um espelho de caixa de bronze muito bem preservado e raro, dando uma indicação de seu status como cortesã de um alto funcionário helenístico.

No vídeo abaixo, divulgado no canal oficial da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) no YouTube, o arqueólogo Guy Stiebel afirmou que esta é, de fato, a mais antiga evidência em Israel de cremação no período helenístico. “A pergunta mais estimulante que surgiu dessa descoberta foi: o que o túmulo de uma mulher grega está fazendo na estrada que leva a Jerusalém, longe de qualquer local ou assentamento do período?”, diz Stiebel. 

Objetos de luxo no túmulo sugerem que a mulher era prostituta

Segundo ele, a resposta para esse enigma pode estar nos objetos encontrados junto a ela no túmulo, uma vez que os espelhos de caixa são considerados artefatos de gênero que são tipicamente associados às mulheres gregas.

“A qualidade da produção do espelho é tão alta que ele foi preservado em excelente estado, e parecia que foi feito ontem”, explicou Liat Oz, diretora da escavação pela IAA.

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Itens de luxo altamente caros, espelhos desse tipo às vezes eram adquiridos por mulheres gregas como parte de seu dote de casamento, embora as casadas geralmente ficassem em casa e certamente não viajassem para fora da Grécia.

A única outra maneira de possuir tal objeto era como um presente de uma figura militar ou política helenística para sua cortesã – também conhecida como hetaira. Consideradas musas, as hetairas eram prostitutas de alto nível, como as gueixas japonesas, que acompanhavam oficiais do exército e funcionários do governo em viagens ao exterior.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.