Flecha da Idade do Bronze é descoberta após degelo na Noruega

Flecha tem ponta de quartzito e teria sido utilizada por caçadores há 3 mil anos, durante a Idade do Bronze, o que torna a arma muito rara
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 29/09/2023 19h44
Flecha da Idade do Bronze
Imagem: Espen Finstad/secretsoftheice.com
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Uma descoberta fascinante e que só foi possível em função das consequências das mudanças climáticas. Arqueólogos encontraram nas montanhas Jotunheimen, na região de Oppland, no centro da Noruega, uma flecha que teria sido utilizada por caçadores há 3 mil anos. O achado ocorreu após o gelo do local derreter.

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Flecha é considerada rara e foi produzida na Idade do Bronze

A ponta da flecha é feita de quartzito, um tipo de rocha. Além disso, conta com três penas preservadas e que melhoram a aerodinâmica da arma.

Segundo os pesquisadores, os antigos caçadores utilizavam esse sistema para ajudar a guiar a flecha durante o voo. No entanto, as penas não garantiam a estabilidade por muito tempo e logo o armamento acabava no solo.

Apesar da ponta e das penas estarem bem preservadas, o restante da flecha já apresenta muito degradação. A arma tem cerca de 2,9 metros de comprimento e foi achada partida em três pedaços, provavelmente devido à pressão da neve.

Pelo tempo do material, a flecha é da Idade do Bronze, período no qual a humanidade começou a utilizar esta liga metálica, resultante da mistura de cobre com estanho, na fabricação de materiais. Ela data de 3300 a.C até 1200 a.C.

Os arqueólogos observam que a descoberta de materiais da Idade do Ferro, entre 1200 a.C e 550 a.C, é mais comum naquela região da Noruega. Por isso, o achado da flecha é tão intrigante e pode ajudar a entender melhor o desenvolvimento do homem naquele local em específico.

Flecha foi produzida na Idade do Bronze (Imagem: Espen Finstad/secretsoftheice.com)

Derretimento do gelo pode permitir novas descobertas

  • A arma foi encontrada em 13 de setembro pelo projeto Segredos do Gelo durante uma missão em áreas da montanha recém expostas após o derretimento do gelo, uma consequência direta do aumento das temperaturas no planeta.
  • Os arqueólogos acreditam que outros materiais antigos feitos pelo homem e que antes estavam escondidos agora podem ser encontrados na região.
  • E alertam que é preciso trabalhar rápido, já que muitos materiais podem se degradar rapidamente quando expostos ao calor.
  • As informações são da Live Science.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.