Em fevereiro de 2013, o meteorito Chelyabinsk, com cerca de 18 metros de diâmetro, explodiu sobre os céus da Rússia. Quando isso aconteceu foi liberado uma grande quantidade de poeira na atmosfera e agora um estudo descobriu que ela era composta por microcristais de carbono com morfologias únicas e nunca observadas.

Quando um meteoro entra na atmosfera terrestre, as altas condições de temperatura e pressão fazem com que micropartículas se separem do objeto principal, formando uma nuvem de poeira, que geralmente se dissipa rapidamente ou se mistura com o solo.

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No entanto, graças ao clima de Chelyabinsk os pesquisadores conseguiram recuperar parte da poeira liberada pelo meteorito entre as camadas de neve no solo e analisar sua composição. As amostras foram submetidas primeiramente a um microscópio normal, revelando cristais com aspectos estranhos.

Quando analisadas por microscopia eletrônica, os cristais mostram formas facetadas com hastes hexagonais e simetrias quase esféricas, nunca vistas. A análise realizada por espectroscopia Raman e difração de raios-x determinou que os cristais, com micrômetros de diâmetros, eram formados por um nanoaglomerado de carbono central, circundado por camadas de grafite.

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Microcristais do meteorito de Chelyabinsk

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Formas e estruturas dos microcristais

Além de analisar as formas e a composição dos microcristais, o estudo publicado no The European Physical Journal Plus também tentou entender a maneira como eles se formaram e se estruturaram. Para isso foram realizadas uma série de simulações de dinâmica molecular.

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Os resultados indicaram que as partículas podem ter se formado a partir de nanoaglomerados centrais, em uma gaiola com 60 átomos de carbono chamada buckminsterfulereno, ou em outra forma, conhecida como polihexaciclooctadecano.

No entanto, os pesquisadores não conseguiram ter certeza do que as causou, mas acredita-se que a temperatura e pressão elevadas tenham ajudado a criar esses microcristais de carbono, Estudos complementares podem auxiliar os pesquisadores nessa resposta, preenchendo lacunas do nosso conhecimento acerca da forma como a natureza produz novos materiais.

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