Um acordo entre a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) e a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) estabelece as diretrizes para uma missão conjunta entre os dois países com o objetivo de localizar água nos arredores do polo sul da Lua.

Enquanto os japoneses se encarregam de desenvolver o rover e promover o lançamento, a Índia é responsável por construir o módulo de pouso da missão LUPEX (sigla para Projeto de Exploração Polar Lunar) – que deve decolar em 2025 a bordo do foguete H3, projetado pela JAXA em parceria com a Mitsubishi Heavy Industries. 

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Por enquanto, o protótipo do rover está na fase testes na areia projetada para simular o regolito lunar, a poeira fina que cobre a superfície da Lua. Esses testes servem para verificar se o veículo será capaz de realizar seus principais objetivos científicos.

Com a missão LUPEX, não apenas confirmaremos a presença ou ausência de água no polo sul da Lua, mas também quanta água existe, quanto é distribuída e em que condições.

JAXA, em comunicado

Missão LUPEX

“O projeto LUPEX vai investigar a quantidade e a qualidade da água na Lua. Esperamos usar esses dados como base para considerar atividades humanas sustentáveis na Lua no futuro”, disse a cientista Natsu Fujioka, que faz parte da equipe de desenvolvimento do rover, em um comunicado da JAXA.

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O veículo explorador japonês será autônomo e se moverá para buscar água com suas cargas úteis científicas. Ele também será capaz de perfurar a superfície lunar para coletar amostras, que serão analisadas por seus próprios instrumentos. 

“É um projeto desafiador transportar um rover pesando várias centenas de quilos carregados com esses instrumentos para a Lua, movê-lo e medir as amostras coletadas in situ”, disse Fujioka.

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Integrantes da missão lunar LUPEX. Crédito: JAXA/ISRO

Outras agências também enviarão cargas úteis científicas para a missão. O Espectrômetro de Nêutrons da NASA buscará hidrogênio até um metro abaixo do solo no polo sul, enquanto o Espectrômetro de Massa Exosférico da Agência Espacial Europeia (ESA) avaliará a pressão do gás e as assinaturas químicas na superfície.

“Análises de vários dados observacionais nos últimos anos sugerem que a água pode estar presente nas regiões polares lunares”, disse Hiroka Inoue, que está envolvida na cooperação internacional e na seleção dos candidatos a local de pouso para a missão LUPEX. “Se a água puder ser encontrada nessas regiões, ela poderá ser usada como fonte de energia para futuras atividades humanas na Lua”.

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Este ano, a Índia se tornou o primeiro país do mundo a pousar no polo sul da Lua, com a missão Chandrayaan-3 este ano, pouco depois que a Rússia falhou ao tentar pousar a espaçonave Luna-25 na mesma região. 

Para 2024, as missões lunares mais aguardadas são a Chang’e 6, da China, programada para pousar no lado oculto da Lua em maio para coletar as primeiras amostras de lá e trazer para a Terra, e a Artemis 2, da NASA, que vai levar um time composto por quatro astronautas para uma volta ao redor do astro em novembro.