Um astrônomo amador conseguiu observar uma estrela explodindo na Galáxia Catavento e alertou especialistas. Ao observar a supernova, os pesquisadores perceberam que antes de morrer a estrela liberou massa equivalente à do Sol. Essa descoberta fornece novas informações sobre o fim de estrelas massivas.

  • A Galáxia catavento está relativamente próxima da Terra, a cerca de 20 milhões de anos-luz, fazendo da supernova uma ótima candidata para ser estudada;
  • A supernova, conhecida como SN 2023ixf foi observada pela primeira vez pelo japonês Kōichi Itagaki, em 19 de maio;
  • Itagaki já descobriu cerca de 170 supernovas e percebeu que essa era especial devido a sua proximidade e o quão cedo foi identificada;
  • Após sua observação, o astrônomo amador notificou especialistas.

Supernova e astrônomos profissionais

Um dos especialistas notificados foi Daichi Hiramatsu, estudante de pós-graduação do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica (CfA), que junto de sua equipe começou imediatamente a fazer um acompanhamento com vários telescópios profissionais.

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Os pesquisadores observaram o espectro e as mudanças da luz emitida pela explosão durante algumas semanas e descobriram que se tratava de uma supernova do tipo II. A maioria das características analisadas eram bem típicas. No entanto, a variação de luz da explosão não aconteceu como esperado. 

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Supernovas do tipo II geralmente tem uma “fuga de choque” muito cedo durante sua evolução, à medida que a explosão acontece no interior da estrela até romper sua superfície. No entanto, na SN 2023ixf ela ainda não havia acontecido quando observada. Isso indicava que a estrela havia perdido massa antes de morrer, e esse material estava em torno dela.

Dessa forma, a onda de choque da supernova tem que irromper não somente a estrela, como o material circundante, para só depois ser observada pelos astrônomos. O encontro da onda com a porção de material ejetado pela estrela pode ser observado no Submillimeter Array em Mauna Kea, no Havaí, pelo supervisor de Hiramatsu, Edo Berger.

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A única maneira de compreender como as estrelas massivas se comportam nos anos finais das suas vidas até ao ponto da explosão é descobrir supernovas quando são muito jovens, e de preferência próximas, e depois estudá-las em múltiplos comprimentos de onda. Usando telescópios ópticos e milimétricos, transformamos efetivamente SN 2023ixf em uma máquina do tempo para reconstruir o que sua estrela progenitora estava fazendo até o momento de sua morte.

Edo Berger, em comunicado

Em reconhecimento ao seu trabalho, Kōichi Itagaki foi listado como autor do estudo que observou a SN 2023ixf. Além disso, ele também demonstra a importância que astrônomos amadores possuem para a ciência.

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