Observadores do céu noturno estão diante de uma excelente oportunidade para testemunhar a mais próxima explosão estelar registrada nos últimos nove anos. A supernova está posicionada tão perto da Terra (em termos astronômicos, obviamente), que pode ser vista através de um simples telescópio de quintal.

Na noite de sexta-feira (19), o astrônomo Daniel A. Perley, da Universidade John Moores Liverpool (Reino Unido) e seus colegas Avishay Gal-Yam, Ido Irani e Erez Zimmerman, do Instituto Weizmann da Ciência (Israel), registraram a supernova SN 2023ixf, que foi classificada como tipo II.

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Segundo o relatório, a captação da explosão foi feita usando remotamente o Telescópio Liverpool de 2 metros, que fica no Observatório Astrofísico Roque de Los Muchachos, em La Palma, uma das Ilhas Canárias, na Espanha.

De acordo com o registro, a supernova está localizada na Galáxia do Catavento, também conhecida como Messier 101, na Constelação de Ursa Maior, a 21 milhões de anos-luz da Terra. 

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Galáxia do Catavento já abrigou cinco supernovas

A estrela que causou a supernova SN 2023ixf já havia sido identificada em imagens de arquivo do telescópio aposentado Spitzer, da NASA, que mostram flutuações em seu brilho infravermelho nos últimos vinte anos. 

No relatório, os autores afirmam que o posicionamento favorável do fenômeno, especialmente para observadores do Hemisfério Norte, facilita capturas adicionais. O astrofotógrafo dos EUA Andrew McCarthy, conhecido por suas obras surpreendentemente detalhadas criadas pela combinação de múltiplas imagens, prontamente atendeu ao chamado, compartilhando os registros no Twitter poucas horas mais tarde, já madrugada de sábado (20).

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McCarthy é responsável por capturas como a imagem mais detalhada do Sol, as cores reais da Lua e os vários estágios da Lua de Sangue de 2022.

As estimativas atuais são de que a supernova tenha atualmente a magnitude -14, o que a coloca dentro da capacidade de um telescópio doméstico de tamanho médio de visão noturna.

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Desde 1900, a Galáxia do Catavento já abrigou cinco supernovas. Com a Via Láctea não apresentando uma supernova confirmada há 400 anos, sua vizinha está realmente se destacando, possivelmente por causa de fortes interações gravitacionais com galáxias satélites menores.

Um desses eventos, designado SN 2011fe, está entre as quatro supernovas mais próximas deste século, se enquadrando na categoria Ia (anãs brancas). De fato, segundo o site IFLscience, 2011fe tornou-se o padrão para medição de supernovas desse tipo. 

Por sua vez, a recém-descoberta SN 2023ixf representa o exemplo mais próximo de uma supernova Tipo II confirmada desde 2014.

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