A informação da construção de uma usina de dessalinização de água do mar por parte do Governo do Ceará na Praia do Futuro, em Fortaleza/CE, preocupou empresas de internet.

Isso porque a região detém quase 100% do tráfego de internet nacional, sendo o segundo maior hub de sistemas ópticos do mundo. Contudo, a obra deve beneficiar milhares de pessoas no que tange o abastecimento de água.

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A preocupação das companhias se deu porque a usina poderia colocar em risco os sistemas de telecomunicações e afetar indústria e empregos relacionados ao setor de TI. Para entender a história completa, leia a reportagem do Olhar Digital aqui.

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“Risco de afetar a internet é zero”

Em resposta à TelComp, entidade que representa empresas de data centers e telecomunicações, durante conversa com Carlos Madeiro, colunista do UOL, o diretor-presidente da Sociedade de Propósito Específico (SPE) Águas de Fortaleza (responsável pela obra), Renan Carvalho, diz que o projeto não tem como afetar os cabos de internet instalados na praia do Futuro.

O diretor-presidente afirma que as empresas de tecnologia de internet estão preocupadas, na verdade, em ter espécie de reserva de mercado da região para os cabos submarinos.

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Estão alardeando inverdades, assombrando a população, falando para pessoas que, por não conhecerem o que é obra, podem entrar em pânico; mas não existe nenhum risco! Em engenharia, dois mais dois tem de ser quatro. O ‘pode ser’ não existe em engenharia. O risco é zero, não há argumentos técnicos contrários.

Renan Carvalho, presidente da Águas de Fortaleza, em entrevista ao UOL

A obra pode gerar apagão de internet no país porque não está se colocando uma usina onde tem um cabo, mas onde tem um hub todo! Hoje, ninguém pensa em chegar com internet no Brasil por outro caminho que não seja o de Fortaleza.

Luiz Henrique Barbosa, presidente executivo da TelComp
  • Carvalho afirma, ainda, que a ideia dos estudos para a realização da obra vem desde 2018;
  • O projeto inicial foi alterado para aumentar a distância para os dutos de captação e emissão dos resíduos. Agora, eles devem ser instalados em distância superior a 500 m.

Confira mais falas do diretor-presidente da SPE:

Quando a distância era de 40 e 50 metros já não existia risco; o governo alterou, e depois dessa mudança a gente assiste perplexo essa conversa de que pode haver dano. É um absurdo falar de risco a qualquer tubulação.

Renan Carvalho, presidente da Águas de Fortaleza, em entrevista ao UOL

Enquanto a gente está falando aqui existe alguma instalação cruzando cabo na cidade. Para você ter ideia, só entre as praias do Futuro e a Aldeota são mais de mil cruzamentos de cabos. Essa obra vai cruzar mais alguns, mas e daí? Existem data centers em lugar muito pior.

Renan Carvalho, presidente da Águas de Fortaleza, em entrevista ao UOL

Já o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), declarou, no sábado (30), à rádio O Povo CBN, que não há chance da obra mudar de lugar, além de criticar a postura adotada pelas empresas de internet.

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A questão é que todos os estudos técnicos que fizemos por mais de dois anos são claros que não há nenhum risco aos cabos. O que não é possível é que as empresas donas dos cabos de internet queiram ser donas da praia do Futuro. Isso não é razoável. A praia do Futuro é do povo do Ceará, do povo de Fortaleza.

Elmano de Freitas, governador do Ceará, em entrevista à rádio O Povo CBN

Nem o governador, nem a TelComp, responderam à coluna sobre as falas do diretor-presidente da Águas de Fortaleza.

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