Sistema de transplantes de órgãos do Brasil é exemplo para o mundo

Ministério da Saúde afirma que o Sistema Único de Saúde (SUS) possui o maior programa público de transplantes do mundo
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 04/10/2023 14h50, atualizada em 07/11/2023 12h11
Transplante de células-tronco
Imagem: Terelyuk / Shutterstock
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O número de doações de órgãos e de transplantes tem aumentado no Brasil. Segundo especialistas, esse crescimento não deve ser encarado como um desafio, já que estrutura do país dá conta do aumento da procura e serve como exemplo para o mundo.

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Brasil é exemplo

  • O Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes realizados, atrás apenas dos Estados Unidos.
  • No entanto, os norte-americanos contam com um sistema exclusivamente privado.
  • O Ministério da Saúde afirma que o Sistema Único de Saúde (SUS) possui o maior programa público de transplante do mundo.
  • No total, 87% dos procedimentos podem ser feitos com recursos governamentais.
  • Um dos diferenciais do programa brasileiro é a coordenação integrada entre Sistema Nacional de Transplantes (SNT), Ministério da Saúde e secretarias estaduais da saúde.
  • Independentemente da forma como o transplante é pago, pelo SUS ou não, a chance de receber um órgão é a mesma.
  • As informações são do Jornal da USP.

Aumento dos transplantes de órgãos

No primeiro semestre de 2023, o número de doadores de órgãos no Brasil bateu recorde, atingindo a marca de 19 por milhão de habitantes. Por isso, a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) estabeleceu a meta de 20 doadores por milhão de habitantes até o final do ano. Ainda de acordo com a ABTO, os Estados de Santa Catarina e Paraná são os que possuem o maior número de doadores por indivíduos.

Apesar dos números positivos, aumentou também a rejeição das famílias em doar órgãos do paciente. Antes da pandemia o número era de 42% e hoje beira a casa dos 50%. Isso significa que a lista de espera para receber um órgão ainda é grande, contando com mais de 65 mil brasileiros, um dos maiores números dos últimos 25 anos, conforme o Ministério da Saúde. 

transplante de córnea - fivulgação governo do estado do rio de janeiro
(Imagem: Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro)

Lista de espera

A lista de espera para recebimento de órgãos no Brasil possui uma série de regras que são seguidas pelo Ministério da Saúde.

O processo é iniciado quando o paciente é incluído em uma lista única, tanto para pacientes de rede privada quanto para pacientes do SUS. Essa lista é auditada e os dados são divulgados e atualizados diariamente. 

A listagem é feita com base em diferentes critérios: tipo sanguíneo, compatibilidade de peso, altura e genes e a gravidade do paciente. Caso esses critérios sejam parecidos, o Ministério utiliza a ordem de cadastro para selecionar o transplantado e, em situações de paciente em estado crítico, ocorre a sua priorização.

Para se tornar um possível doador de órgãos, é preciso avisar a família dessa vontade, uma vez que, atualmente, não há nenhuma outra ação que precise ser feita. Após o diagnóstico de morte encefálica e a autorização da família, a equipe de saúde realiza uma investigação do histórico do possível doador. 

Alguns pontos como doenças crônicas e o uso de drogas injetáveis podem comprometer um órgão, portanto, é necessário essa avaliação médica para garantir a segurança do receptor e da equipe médica. 

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.