A Comissão Europeia está buscando diminuir vulnerabilidades que acumulou ao longo de décadas e, como ponto de partida, listou quatro âmbitos com potencial de serem utilizados indevidamente para apoiar regimes autocráticos ou violar direitos humanos. Com isso, a União Europeia espera antecipar possíveis dependências e fatores de risco interno e impedir que aconteçam. A lista inclui IA e setor de chips, que impulsiona a tecnologia.

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Áreas com potencial de uso indevido

  • A Comissão Europeia listou quatro áreas que apresentam potencial para serem usadas indevidamente contra ela de alguma forma. Isso pode se aplicar tanto a ataques diretos quanto a sanções, por exemplo, de importações as quais a região depende.
  • A primeira é a de semicondutores avançados, que inclui o setor eletrônico, de chips e de matéria-prima para fabricação de tecnologia (atualmente, são usadas na produção de carros elétricos, por exemplo).
  • A segunda é a inteligência artificial (IA), que inclui computação em nuvem, processamento de linguagem e sistemas de reconhecimento.
  • A terceira é tecnologia quântica, incluindo computação e criptografia quântica, mecanismos de sensoriamento e radares.
  • A quarta e última é biotecnologia, que inclui técnicas de modificação genética e biologia sintética como um todo.
UE quer diminuir riscos (Imagem: Shutterstock/Thapana_Studio)

O que a União Europeia espera com isso?

De acordo com o site Euronews, a delimitação desses quatro âmbitos mostra que União Europeia está disposta a trabalhar em áreas em que reconhece um risco para si mesma. Isso inclui dependências na importação e exportação para outros países.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que fez a proposta em primeiro lugar, iniciou o movimento para reduzir os riscos no âmbito China-União Europeia. Apesar do nome do país não constar no documento da sessão, o ponto de partida desencadeou um cenário mais amplo de rever vulnerabilidades do bloco.

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Tomando a relação da região com a China como exemplo, a UE depende de matérias-primas e produtos manufaturados importados do país e não pode impor sanções mais rígidas em caso de discordância.

Assim, a região quer diminuir a dependência no caso de precisar impor represálias a outros países, sem que isso afete a economia e, consequentemente, empregos. Isso vem depois do G7 acusar Pequim de reprimir seus cidadãos.

Chips União Europeia
Uma das preocupações do país é com semicondutores (Imagem: VGV MEDIA/Shutterstock)

E agora?

  • A medida ainda será analisada internamente pelos 27 Estados-membro da União Europeia, que vão apresentar feedbacks e comentários para enriquecer o debate.
  • Depois dessa fase, uma lista final será apresentada (que pode ser mais curta do que os quatro tópicos propostos).
  • Em paralelo, o grupo continuará conversando sobre outras ameaças, que incluem segurança cibernética, navegação espacial, hidrogênio, drones, baterias, robótica, reatores nucleares e realidade virtual.
  • O que acontece após a decisão conjunta dos países ainda é um mistério, mas é possível que eles comecem a impor restrições e proibições comerciais, de investimentos ou importações, por exemplo, para diminuir esses fatores de risco.