Enorme reservatório de água subaquático pode frear terremotos; entenda

O gigantesco reservatório está escondido sob o Oceano Pacífico e pode explicar a incidência de terremotos de deslizamento lento na região
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 09/10/2023 16h39
terremoto
Imagem: Vchal/Shutterstock
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A descoberta de um gigantesco reservatório de água, escondido sob o Oceano Pacífico, pode ajudar os cientistas a entender melhor os terremotos de deslizamento lento. Esses tremores podem durar meses, mas causam impactos muito menores em comparação aos terremotos mais conhecidos.

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Zona de Subducção de Hikurangi

  • O reservatório de água fica na Zona de Subducção de Hikurangi da Nova Zelândia, onde a placa tectônica do Pacífico colide com a placa tectônica australiana, causando muitos terremotos de deslizamento lento.
  • A região costuma ser utilizada para estudar os tremores de terra.
  • E foi numa dessas pesquisas que uma equipe identificou por meio de imagens sísmicas um enorme reservatório subaquático.
  • Os pesquisadores descobriram que sedimentos espessos e em camadas cercavam antigos vulcões enterrados.
  • Os resultados foram publicados na revista Science Advances.
(Imagem: Andrey VP – Shutterstock)

Como a água pode frear os terremotos?

Segundo a IFLScience, analisando amostras de núcleo de perfuração de rocha vulcânica da área, a equipe descobriu que a água representava quase metade de seu volume.

Os pesquisadores afirmam que ainda não é possível saber a real profundidade do reservatório. Mas garantem que quantidade de água que está descendo no local é muito maior do que o normal.

Acredita-se que as pressões da água são fundamentais para eventos de deslizamento lento. Normalmente, isso aconteceria onde sedimentos ricos em água são enterrados pela falha enquanto uma placa afunda, mas nessa região em específico é possível que a rocha vulcânica erodida e porosa contendo grandes quantidades de água tenha sido enterrada pela falha, antes de virar argila.

A equipe está interessada em perfurar mais amostras para estudo, mas observa que o fluido desempenha um papel de amortecimento de terremotos da falha. Apesar da convicção, gerada a partir de experimentos em laboratório e simulações realizadas por computador, eles ressaltam que é muito difícil realizar testes em escala normal em uma placa tectônica para confirmar a teoria.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.