A astronomia está repleta de elementos fantásticos e de grandes dimensões, como estrelas, nebulosas, planetas e galáxias. Porém, nem só desses itens é formado o Universo, que também conta com componentes bastante pequenos.

É o caso da poeira cósmica, um véu que permeia o Cosmos formado por corpos tão pequenos quanto grãos de areia, com minúsculas partículas sólidas que flutuam no espaço interestelar.

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Mesmo com seu tamanho minúsculo perto de outras estruturas espaciais, a poeira cósmica tem uma grande importância para a astronomia, como o espalhamento e bloqueio da luz. Conheça mais sobre essa incrível formação, em seguida.

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Poeira cósmica: o que é, como se forma e qual a sua importância?

A poeira cósmica é formada por partículas sólidas, como silicato e fragmentos de carbono, além de restos de explosão solar, formação de estrelas ou de cometas e asteroides. Só é possível observá-la através de microscópio, uma vez que seu tamanho não passa de um mícron (milésima parte do milímetro) de diâmetro.

Seu ciclo começa nas estrelas, onde ela é formada, para depois ser soprada por algum tipo de explosão estelar. Os grãos se misturam com gás espacial, e acabam formando grandes ou pequenas nuvens de gás, chamadas de nebulosas.

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Não é fácil detectar a poeira cósmica, já que a atmosfera terrestre é opaca à radiação das ondas da poeira, não sendo possível visualizar as luzes infravermelhas dessas nuvens de dentro do planeta.

Porém, os astrônomos contam com uma variedade de técnicas para estudar os grãos celestiais, como observações em diferentes faixas do espectro eletromagnético, e instrumentos que permitem a visualização das luzes infravermelhas.

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Sua importância na astronomia é imensa, já que ela serve como uma espécie de arquivista cósmico, mantendo preservadas pistas sobre a formação de estrelas, planetas e até mesmo a evolução química do universo.

A Nebulosa da Água-viva (IC 443) é um remanescente de supernova (SNR) na constelação de Gêmeos – Astronomy Photographer of the Year — Foto: Peter Larkin

A poeira cósmica também desempenha um papel fundamental na formação de sistemas planetários, e na absorção e dispersão da luz estelar, implicando de forma direta na nossa capacidade de observar e entender o universo a nossa volta.

Além de ser responsável pelo espalhamento e bloqueio da luz, a poeira ajuda no equilíbrio da temperatura, impactando na criação de novas estrelas, e também pode facilitar a formação de moléculas.

Ela também é essencial na vida de estrelas jovens, já que auxilia o corpo celeste a tomar forma. O material cru da poeira cósmica também é usado por planetas para ganhar formato no espaço.

Recentemente, uma pesquisa comprovou que o astrofísico Carl Sagan estava certo ao dizer que os humanos são feitos de poeira de estrela. Após analisar 1500 estrelas, astrônomos chegaram à conclusão de que, tanto os seres humanos, quanto os astros brilhantes, possuem 97% do mesmo tipo de átomos.

Curiosidades sobre a poeira cósmica

  • Segundo uma pesquisa publicada no Earth & Planetary Science Letters, cerca de 5,2 mil toneladas de poeira cósmica caem na Terra todos os anos;
  • Há um sistema solar binário com duas estrelas que se conectam entre si, chamadas de Eta Carinae. Por anos, os cientistas acharam que elas estavam prestes a morrer, por seu brilho reduzido, mas um estudo recente descobriu que há uma nuvem de poeira cósmica cobrindo os dois corpos celestes;
  • Cientistas da University of Leeds conseguiram replicar a poeira de uma forma a ajudar na conversão de dióxido de carbono em monóxido de carbono, ao observar a atmosfera do planeta Vênus. O processo é um avanço para pesquisas a respeito de alternativas para limpeza da poluição atmosférica.