Lloyd Minor, reitor da Stanford University School of Medicine, e Fei-Fei Li , codiretor do Stanford Institute for Human-Centered Artificial Intelligence, se juntaram para financiar um projeto de estímulo à utilização da inteligência artificial na medicina. O Responsible AI for Safe and Equitable Health (IA responsável por uma saúde segura e equitativa), ou Raise-Health, vai servir como repositório para pesquisas e reunirá especialistas para discutir a aplicação da IA no setor.

A ideia começou a tomar forma no ano passado, quando Lloyd Minor decidiu testar chatbots, como o ChatGPT e o Bard, e descobriu o que poderia aprender. Ele obteve respostas muito mais rápidas do que se tivesse que realizar uma pesquisa. Assim, percebeu o potencial das redes neurais e da IA generativa para transformar a prestação de cuidados à saúde.

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Como a IA pode ajudar a medicina?

Em entrevista ao The Wall Street Journal, Lloyd Minor falou sobre algumas das suas expectativas para IA na medicina:

  • Segundo ele, a IA pode revolucionar a formação de médicos, oferecendo acesso rápido a informações e conhecimentos essenciais.
  • Ela também pode melhorar a precisão da pesquisa biomédica, ajudando a desenvolver terapias mais seguras e específicas, sem a necessidade de dezenas de milhares de participantes em ensaios clínicos.
  • Com a tecnologia, é possível acelerar o diagnóstico médico, fornecendo análises instantâneas de sintomas e imagens.
  • A IA permite tratamentos mais específicos para doenças e indivíduos, em vez de abordagens genéricas.
  • A inteligência artificial também viabilizaria acelerar a descoberta de novos medicamentos, tornando os tratamentos mais eficazes e disponíveis mais rapidamente.

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Minor exemplificou como a IA estaria efetivamente presente na medicina e ilustrou como seria na prática:

Por exemplo, um médico na América rural atende um paciente com um tumor na pele, tira uma foto com seu smartphone e, instantaneamente, fornece uma análise dos possíveis diagnósticos e da probabilidade de que isso represente uma doença maligna. Instantaneamente, o médico sabe se isso é algo com que preciso me preocupar e se preciso incentivar esse paciente a dirigir três horas até um centro de referência. 

A IA pode trazer avanços a medicina, mas é preciso tomar cuidados

São muitos os pontos positivos da IA, mas Minor aponta para alguns cuidados para a sua aplicação na saúde, como:

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  • Privacidade: garantir que a IA seja usada de forma adequada para evitar violação da privacidade dos pacientes.
  • Viés de dados: se os dados usados para treinar modelos de IA forem tendenciosos, os resultados também podem ser tendenciosos, prejudicando grupos não representados.
  • Regulamentação: desenvolver regulamentos apropriados para orientar o uso responsável da IA na medicina, envolvendo instituições acadêmicas, como a Stanford, em discussões do tipo.

O cientista acredita que, seguindo a ética médica, não irá demorar muito para que a IA se torne confortável — não só para o médico, como para o paciente:

Se a IA for implementada de forma responsável nos cuidados de saúde, penso que daqui a 10 anos veremos os benefícios a nível social e a nível individual de uma forma que as pessoas, sim, terão preocupações, mas ficarão satisfeitas com a transformação na sua saúde . Eles ficarão satisfeitos com a disponibilidade da IA.