Por que não existem lulas gigantes em aquários?

As lulas gigantes são animais fascinantes, mas são grandes demais para serem encontradas em locais que não sejam seu habitat natural
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 11/10/2023 09h48
lula gigante encontrada morta em praia
Lula gigante encontrada morta em praia (Crédito: Christophercaine via iNaturalist , CC BY-NC 4.0)
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As lulas gigantes são animais impressionantes e misteriosos, despertando a curiosidade de muitas pessoas. No entanto, o encontro com esses animais só é possível nas profundezas dos oceanos, eventualmente em águas rasas, ou mortas em praias. Mas você já parou para pensar, por que não em aquários?

As lulas gigantes, cujo nome científico é Architeuthis dux, podem chegar ao tamanho de um ônibus escolar, ter olhos grandes como pratos e um bico duro como o de um pássaro. No entanto, o mais assustador nesses animais, são tentáculos gigantes com ventosas serrilhadas que cortam a carne.

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As lulas gigantes são gigantes demais para aquários

De acordo com informações do Smithsonian Ocean a maior Lula gigante já encontrada possuía cerca de 13 metros de comprimento e pesava quase uma tonelada. E essa características é um dos principais motivos pelos quais elas não são encontradas em cativeiros e aquários.

Lula gigante (Credito: Yusuke Tanaka / Dive Resort T-style)
Lula gigante (Crédito: Yusuke Tanaka / Dive Resort T-style)
  • Seu tamanho gigante faz com que seja necessário grandes espaços, pois animais selvagens em pequenos recintos podem acarretar estresse e comportamentos repetitivos, como escovar-se excessivamente ou nadar ciclicamente;
  • Outro problema, é reproduzir o habitat com que as lulas gigantes vivem. Além de grandes áreas, elas também vivem a cerca de 1000 metros de profundidade;
  • Por último, sabemos muito pouco sobre esses animais, principalmente sobre seus hábitos alimentares, impossibilitando a implementação de um programa de nutrição e enriquecimento em cativeiros e aquários.

O que sabemos sobre esses animais é que eles geralmente usam seus tentáculos para caçar peixes e outras lulas que também vivem nas profundidades dos oceanos, o que é difícil reproduzir em cativeiro sem que seja necessário trazer mais seres vivos de águas profundas.

Além disso, não é como se esses animais estivessem por aí esperando para serem colocados em cativeiros e aquários. A maioria das lulas gigantes estudadas e observadas por humanos foram encontradas mortas, e quando recuperadas vivas, mesmo com todos os cuidados, elas morreram pouco tempo depois.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.