Equipe de cientistas avança na correção de erros quânticos; entenda

Estudo liderado por cientistas de Harvard e MIT revelou plataforma de computação quântica baseada em átomos de rubídio
Rodrigo Mozelli13/10/2023 20h10, atualizada em 13/10/2023 20h12
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Físicos de Harvard Mikhail Lukin (dir) e Markus Greiner (esq) trabalhando com simulador quântico (Imagem: Jon Chase/Harvard)
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Cientistas da Universidade de Harvard, em parceria com o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e a empresa QuEra Computing, publicaram artigo na revista Nature que apresenta o potencial da plataforma de computação quântica de Harvard para solucionar o problema conhecido como “correção de erros quânticos”.

A equipe liderada por Mikhail Lukin, especialista em óptica quântica e professor de física na Universidade de Harvard, desenvolveu sistema baseado em átomos de rubídio muito frios, capturados e manipulados por lasers. Cada átomo funciona como um bit quântico, ou qubit, capaz de realizar cálculos extremamente rápidos.

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A inovação principal da equipe foi configurar a disposição dos átomos para que eles possam ser movidos e conectados durante a computação. Essas operações de entrelaçamento, chamadas de portas lógicas de dois qubits, são unidades de potência de processamento.

  • Executar um algoritmo complicado em um computador quântico exige muitas portas lógicas. No entanto, essas operações são propensas a erros, e uma acumulação de erros torna o algoritmo inútil;
  • No novo artigo, a equipe relata desempenho quase impecável de suas portas lógicas de entrelaçamento de dois qubits, com taxas de erro extremamente baixas;
  • Pela primeira vez, eles demonstraram a capacidade de entrelaçar átomos com taxas de erro abaixo de 0,5%;
  • Em termos de qualidade de operação, essa tecnologia está no mesmo nível de outras plataformas líderes de computação quântica, como os qubits supercondutores e os qubits de íons em armadilha.

No entanto, a abordagem de Harvard apresenta grandes vantagens em relação a seus concorrentes devido ao tamanho de seus sistemas, controle eficiente dos qubits e capacidade de reconfigurar dinamicamente a disposição dos átomos, conforme o Phys.org.

Esses avanços abrem caminho para algoritmos quânticos corrigidos de erros e computação quântica em larga escala. Isso significa que a computação quântica em arranjos de átomos neutros está mostrando todo o seu potencial.

O professor Lukin enfatizou que “essas contribuições abrem as portas para oportunidades muito especiais em computação quântica escalável e um momento verdadeiramente emocionante para todo esse campo que está por vir”.

Estabelecemos que esta plataforma tem erros físicos baixos o suficiente para que você possa realmente imaginar dispositivos em grande escala com correção de erros baseados em átomos neutros. Nossas taxas de erro são baixas o suficiente agora que, se agrupássemos os átomos em qubits lógicos – onde a informação é armazenada não localmente entre os átomos constituintes -, esses qubits lógicos com correção de erros quânticos poderiam ter erros ainda mais baixos do que os átomos individuais.

Simon Evered, primeiro autor do estudo e aluno da Escola de Pós-Graduação em Artes e Ciências de Harvard Griffin

Esses resultados publicados na Nature se juntam a outras inovações lideradas por ex-alunos da Universidade de Harvard que estão avançando no desenvolvimento dessa tecnologia promissora. Todos esses avanços estabelecem as bases para algoritmos quânticos corrigidos de erros e computação quântica em grande escala.

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Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.