A IA pode estimular um boom econômico mundial?

Analistas acreditam que IA pode provocar o aumento da produtividade, mas para isso é preciso democratizar o acesso à tecnologia
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 16/10/2023 15h03
Montagem de pessoa escrevendo sobre desenho de inteligência artificial (IA)
Imagem: Shutterstock
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O avanço da inteligência artificial já está modificando as estruturas de trabalho. Muitos analistas acreditam que a IA vai estimular o crescimento da economia, elevando a produtividade. Mas a tecnologia é capaz de provocar um boom econômico mundial?

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Projeções otimistas

  • Economistas do Goldman Sachs acreditam que a IA generativa pode fornecer um impulso de 1,5 ponto percentual ao crescimento anual da produtividade dos Estados Unidos em um período de 10 anos.
  • Isso praticamente dobraria a taxa média de crescimento da produtividade desde o final de 2007.
  • Além disso, a inteligência artificial provocaria um aumento de tamanho semelhante do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano no mesmo período de tempo.
  • O Fed, banco central dos Estados Unidos, estimam a taxa de crescimento de longo prazo do país em 1,8%, mas com a IA esse avanço pode chegar a 3,3%.
  • Mas os especialistas alertam que esse cenário só seria verificado depois que a tecnologia fosse amplamente adotada no mundo.
  • E é difícil prever quando isso se tornaria, de fato, realidade.
  • As informações são do The Wall Street Journal.
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(Imagem: khunkornStudio / Shutterstock.com)

IA precisa ser democratizada

Apesar das previsões otimistas na área econômica, os analistas destacam que as incertezas em torno da adoção da IA tornam difícil qualquer tipo de previsão. Por exemplo, a inteligência artificial pode provocar um aumento da produtividade de 0,3 ponto percentual (em um cenário de baixa adesão à tecnologia) até 2,9 pontos (se a ferramenta estiver amplamente disponível).

Uma das projeções é que os efeitos econômicos da IA só comecem a ser sentidos durante a segunda metade desta década e a década de 2030.

Em uma pesquisa de abril do Wall Street Journal com economistas, 61% disseram esperar que ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, tenham apenas um pequeno efeito positivo no crescimento do PIB dos EUA nos próximos cinco anos. Outros 29% disseram esperar que as ferramentas de IA não tenham efeito algum nesse período.

Mas em uma questão os especialistas parecem concordar. As empresas precisarão contratar ou treinar trabalhadores especializados que entendam as capacidades da IA generativa e o suficiente sobre os processos de produção existentes para que os dois possam ser ligados. Apenas dessa forma a tecnologia vai trazer avanços econômicos visíveis.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.