Autoteste de HIV não está melhorando busca por tratamento, mostra estudo

Um estudo mostra que muitas pessoas fazem o teste, descobrem que vivem com o vírus e não iniciam o tratamento
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 17/10/2023 05h37
Tubo de teste de HIV
(Imagem: PENpics Studio/Shutterstock)
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar o uso de kits de autoteste de HIV em 2016 para facilitar o acesso ao exame, além de proporcionar confidencialidade e conforto. No entanto, um estudo mostra que muitas pessoas fazem o teste, descobrem que vivem com o vírus e não iniciam o tratamento.

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Autoteste de HIV

O autoteste de HIV pode ser feito em casa sem auxílio médico e visa proporcionar conforto ao paciente, que não precisa ir a uma unidade de saúde. O kit tem instruções detalhadas de como usá-lo e como entendê-lo, mas, ao final, recomenda-se que os resultados sejam confirmados em uma unidade de saúde para melhorar o acesso a tratamentos, principalmente para aqueles com diagnóstico positivo.

O teste busca ampliar o acesso à informação e à prevenção, já que muitas pessoas vivem com o vírus e não sabem, podendo infectar outras pessoas. Além disso, a agilidade para o começo do tratamento é importante para os pacientes com HIV.

HIV
Imagem: shutterstock/PENpics Studio

Estudos sobre HIV

  • Uma equipe de pesquisas que publicou os resultados no site The Conversation se dedicou a entender a relação entre quem faz o autoteste de HIV, o acesso ao tratamento e o comportamento sexual (no caso de mudanças de hábitos ou não). Os responsáveis investigaram se quem testou positivo buscou tratamento ou se quem testou negativo buscou se prevenir.
  • Eles usaram 15 estudos como base na pesquisa e descobriram que o autoteste aumentou em 8% as chances de uma pessoa buscar tratamento especializado, mas muitas pessoas ainda não o fazem.
  • Pessoas trabalhadoras do sexo que usaram o kit tiveram 47% mais probabilidade de buscar tratamento (em casos positivos) e prevenção (em casos negativos), mas não reduziram o número de clientes que atendiam.
  • Entre homens que fazem sexo com outros homens, os estudos mostraram que a probabilidade de se relacionarem sem preservativo aumentou entre aqueles que fazem os testes.
  • Os pesquisadores ainda destacaram a importância do autoteste como forma de buscar prevenção.

Próximos passos

A próxima etapa é entender por que as pessoas receberam ou não tratamentos após o autoteste do HIV. Os pesquisadores pretendem entrevistar usuários do kit de autoteste sobre a experiência deles com esse tipo de exame e verificar se eles receberam cuidados adequados.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.

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