Durante as investigações sobre o impacto da seca na biodiversidade do Lago Tefé, no Amazonas, cientistas da ONG WWF e do Instituto Mamirauá, concluíram que cerca de 10% dos botos da região morreram nas últimas duas semanas, em decorrência do superaquecimento das águas.

Segundo O Globo, os pesquisadores encontraram 153 carcaças, sendo 130 botos-cor-de-rosa e 23 botos-tucuxi. Pelo menos 70 deles morreram somente no dia 28 de setembro – quando a temperatura do lago registrou 39,1°C.

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magem: Miguel Monteiro/Instituto Mamirauá

Outras possíveis causas

  • De acordo com os pesquisadores, outros fatores podem ter sido contribuintes para esses óbitos, como a proliferação de algumas algas tóxicas – que são beneficiadas pelo calor;
  • Durante a avaliação, mais de 100 animais passaram por necropsia, mas nenhum deles apresentou sinal claro de intoxicação;
  • Além de recolher os animais mortos, uma parte da equipe está concentrando esforços em encontrar outros indivíduos que também tenham sido afetados pelo calor, mas que ainda estejam vivos.

No total, mais de 100 pesquisadores estão trabalhando para solucionar os problemas da região. Além do grupo concentrado em avaliar os animais, outra parcela está focada em descobrir enseadas e outros trechos do lago que continuam mais quentes, com o intuito de bloqueá-los e impedir a entrada dos mamíferos marinhos nessas áreas.

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“É estarrecedor o que está acontecendo no Lago Tefé. O impacto da perda desses animais é enorme e afeta todo o ecossistema local”, disse Mariana Paschoalini Frias, analista de Conservação da WWF, em um comunicado. “Botos são considerados ‘sentinelas’. Ou seja: são indicativos da saúde do ambiente onde vivem. O que acontece com eles se reflete nas outras espécies que vivem ao redor, inclusive a humana.”