Nesta semana, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais informou que, apesar do estrago climático dos últimos meses, o Super El Niño ainda não está em seu auge. A demora para o fim do fenômeno fez muita gente se perguntar se ele tem prazo para acabar.

Primeiro é preciso entender o que é o El Niño. O fenômeno deixa a atmosfera mais quente, o que o conecta a outros fenômenos naturais, piorando questões relacionadas ao aquecimento global. Durante o evento, as águas quentes na superfície aumentam o nível de profundidade do oceano que separa a água superficial quente da água mais fria abaixo. 

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Além do calor, o El Niño deve aumentar a seca ou chuvas em diferentes partes do mundo. 

Mas quando o El Niño deve acabar?

De acordo com um relatório do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o El Niño começou a dar seus primeiros sinais em fevereiro deste ano e está chegando em seu auge durante o segundo semestre.

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“Isso não significa, entretanto, que o evento está perto do fim. As previsões de temperatura da superfície do mar para a região do Pacífico Equatorial, produzidas por modelos climáticos globais, indicam mais de 90% de probabilidade de que condições de El Niño continuem a se manifestar nos próximos meses, condições estas previstas a persistir, pelo menos, até o final do ano”, disse o órgão.

Alguns modelos climáticos sugerem a continuidade do desenvolvimento do fenômeno

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El Niño com intensidade moderada (com anomalias de temperatura da superfície do mar na região do Pacífico Central superiores a 1oC), enquanto outros sugerem a possibilidade de um fenômeno de intensidade forte (com anomalias de temperatura da superfície do mar na região do Pacífico Central superiores a 1.5oC). 

Inmet

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Saiba como o fenômeno deve atingir cada região do Brasil

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, vinculado ao Ministério da Ciência, situações similares ao recente ciclone no Rio Grande do Sul podem ocorrer nos próximos meses. A previsão é de chuvas acima da média para o sul do Brasil até novembro, com cerca de 100 municípios gaúchos já tendo sido afetados pelas inundações decorrentes das precipitações históricas. Entenda como o fenômeno deve afetar cada região do Brasil.

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El Niño
Nasa capta imagem do El Niño – fenômeno meteorológico que eleva as temperaturas — Foto: Sentinel-6 Michael Freilich / Nasa
  • Região Norte: secas de moderadas a intensas no norte e leste da Amazônia. Aumento da
    probabilidade de incêndios florestais, principalmente, em áreas de florestas degradadas.
  • Região Nordeste: como no leste da Amazônia, secas de diversas intensidades no norte do
    Nordeste ocorrem durante a estação chuvosa de fevereiro a maio. Sul e oeste da região não são
    significativamente afetados. Todavia, a região como um todo é muito influenciada também
    pelas variações que ocorrem no Oceano Atlântico Tropical.
  • Região Sudeste: moderado aumento das temperaturas médias, principalmente, no inverno e
    no verão. Não há padrão característico de mudança das chuvas durante a ocorrência do
    fenômeno, com exceção do extremo sul do estado de São Paulo. Aumento da probabilidade de
    queimadas durante o período seco, principalmente, no inverno e início da primavera.
  • Região Centro-Oeste: não há evidências de efeitos pronunciados nas chuvas nesta região.
    Tendência de chuvas acima da média climatológica e temperaturas mais altas no sul de Mato
    Grosso do Sul. Aumento da probabilidade de queimadas durante o período seco,
    principalmente, no inverno e início da primavera.
  • Região Sul: precipitações abundantes, principalmente, na primavera e verão. Aumento da
    temperatura média. As frentes frias que vêm do sul, podem ficar semiestacionadas por vários
    dias sobre a região, provocando chuvas ao longo de praticamente todo o dia. No entanto, vale
    destacar que nem todo evento El Niño gera impactos típicos, podendo ser observados impactos
    distintos de acordo com a configuração e intensidade do fenômeno.

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