Uma característica nunca antes vista na atmosfera de Júpiter foi observada pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA: uma nova corrente de jato de alta velocidade sobre o equador do planeta.

Para quem tem pressa:

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  • Uma corrente de jato de alta velocidade nunca antes vista na atmosfera de Júpiter foi descoberta por uma equipe internacional de cientistas;
  • Eles detectaram a característica a partir de dados coletados em julho de 2022 pelo Telescópio Espacial James Webb;
  • O jato foi encontrado a cerca de 40 quilômetros acima das nuvens jovianas, entre as camadas da troposfera e da estratosfera;
  • Ele viaja a cerca de 515 km/h sobre o equador do planeta, se estendendo por cerca de 4,8 mil km de largura;
  • A descoberta fornece informações sobre as interações entre as turbulentas camadas da atmosfera do planeta e demonstra como apenas o James Webb consegue rastrear essas características.

Liderado em conjunto por Imke de Pater, da Universidade da Califórnia-Berkeley (EUA), e Thierry Fouchet, do Observatório de Paris (frança), o programa Early Release Science foi projetado para o Webb tirar imagens de Júpiter com 10 horas de intervalo, (o que corresponde a um dia no planeta), em quatro filtros diferentes. Cada uma das capturas consegue detectar pequenas mudanças na atmosfera joviana, fornecendo informações sobre diferentes altitudes.

A partir da NIRCam do James Webb os pesquisadores descobriram uma corrente de jato de alta velocidade viajando sobre o equador de Júpiter, acima das principais camadas de nuvens. (Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI, Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI, R. Hueso (Universidade do País Basco), I. de Pater (Universidade da Califórnia, Berkeley), T. Fouchet (Observatório de Paris) ), L. Fletcher (Universidade de Leicester), M. Wong (Universidade da Califórnia, Berkeley), A. James (STScI))

A descoberta da nova corrente de jato, publicada nesta quinta-feira (19) na revista Nature Astronomy, foi feita a partir da NIRCam (Câmera de Infravermelho Próximo), instrumento sensível às camadas mais altas da atmosfera.

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Geralmente, imagens dessas altitudes feitas com sensores de infravermelho próximo embaçam as nuvens na altura do equador do planeta, no entanto, o telescópio mais poderoso atualmente foi capaz de observar os detalhes mais sutis dessa região e encontrar o recurso até então desconhecido.

Isto é algo que nos surpreendeu totalmente. O que sempre vimos como neblinas turvas na atmosfera de Júpiter aparecem agora como características nítidas que podemos acompanhar juntamente com a rápida rotação do planeta.

Ricardo Hueso, cientista planetário da Universidade do País Basco e principal autor do estudo, em comunicado

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Observações de Júpiter feitas pelo Hubble

Embora as observações do James Webb tenham fornecido dados de alta resolução que permitiram detectar a corrente de jato, os pesquisadores também usaram informações do Telescópio Espacial Hubble coletadas no dia seguinte às suas capturas. Nessas imagens, foi possível obter novas informações acerca da região equatorial de Júpiter e observar o desenvolvimento de tempestades convectivas que não estão conectadas ao jato.

Agora, os pesquisadores pretendem dar continuidade às observações de Júpiter com o James Webb e descobrir se a velocidade e altitude da corrente de jato mudam ao longo do tempo. Além disso, a Agência Espacial Europeia (ESA) acredita que essas descobertas podem auxiliar nas investigações da missão Juice.

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