A ciência ainda não compreende a funcionalidade do cérebro humano na totalidade. Mas esse entendimento pode avançar ainda mais a partir de uma iniciativa que conta com a participação de centenas de cientistas. Eles mapearam mais de três mil tipos de células, muitos até então desconhecidos, criando o maior mapa já feito do nosso cérebro.

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Cientistas uniram vários artigos

  • A pesquisa faz parte da Iniciativa de Pesquisa Cerebral por Meio do Avanço de Neurotecnologias Inovadoras do Instituto Nacional de Saúde dos EUA – Rede de Censo Celular (BICCN).
  • Os cientistas reuniram 21 artigos científicos que foram publicados nas revistas Science, Science Advances e Science Translational Medicine.
  • A expectativa é que, posteriormente, esse mapa auxilie nos estudos sobre doenças, cognição e até mesmo os fatores que separam humanos de outros animais.
  • As informações são do UOL.
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(Imagem: Wirestock Creators/Shutterstock)

Maior compreensão sobre as estruturas que formam o cérebro humano

Entre os avanços possíveis a partir do mapeamento está uma melhor compreensão das interações moleculares. Os pesquisadores concluíram que os neurônios variam em diferentes partes do cérebro. Em geral, algumas células foram encontradas apenas em regiões específicas. Isso sugere funções com histórias de desenvolvimento diferentes.

Neste sentido, o estudo também mostrou que a mistura de tipos de neurônio também varia em cada parte do órgão. 

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Uma das grandes surpresas foi que o tronco encefálico, estrutura que liga o cérebro à medula espinhal, abriga um número elevado de tipos de neurônios diferentes. Antes desse mapeamento, esta região era pouco estudada.

Alguns dos estudos investigaram o cérebro sob a lente da genética, revelando a complexidade do órgão. Segundo pesquisadores, dois genes do mesmo tipo em duas células de mesma categoria ainda podem ter características diferentes. 

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Essa informação é importante porque aproxima os cientistas do mecanismo que ativam ou bloqueiam a expressão gênica nas células cerebrais. Por sua vez, isso pode ser útil para diagnosticar distúrbios do cérebro e desenvolver tratamentos personalizados.

Em outra parte do trabalho, foi analisado como as células cerebrais acessam e usam as informações genéticas, descobrindo conexões entre este fator e distúrbios como transtorno bipolar, depressão e esquizofrenia.

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O próximo passo dos cientistas é trabalhar com mais amostras de tecido. A ideia é criar uma imagem de como o cérebro humano pode variar entre populações e grupos etários.