Mais de 14 mil asteroides potencialmente perigosos ainda não foram detectados

Um relatório publicado pela NASA revelou que esses objetos estão por ai no escuro prontos para serem detectados
Por Mateus Dias, editado por Ana Luiza Figueiredo 23/10/2023 19h59, atualizada em 24/10/2023 21h06
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O Escritório de Coordenação de Defesa Planetária (PDCO, na sigla em inglês) da NASA divulgou recentemente um infográfico de rotina. No infográfico, o escritório da agência espacial que lida com objetos próximos à Terra (NEOs, na sigla em inglês) sugere que existem cerca de 50 asteroides com mais de um quilômetro de comprimento e cerca de 14 mil com mais de 140 metros, que ainda não foram detectados.

O PDCO foi criado em 2016, com a missão de proteger a Terra de ameaças de impacto de cometas e asteroides. Assim, sua missão, além de reduzir os efeitos de uma possível colisão e evitar que elas aconteçam, também envolve catalogar NEOs e analisar os riscos de impacto.

Para detectar os objetos potencialmente perigosos, o escritório conta com diversos telescópios espalhados pelo mundo todo, que até 3 de agosto, já haviam submetido mais de 450 milhões de observações ao Minor Planet Center, um centro de estratégias do PCDO. Até a data do levantamento publicado no relatório, 32412 asteroides de todos os tamanhos foram detectados por astrônomos profissionais e amadores.

  • 853 dos objetos detectados possuem mais de 1 quilômetros de diâmetro;
  • 10541 são maiores que 140 metros;
  • Os outros mais de 20 mil são menores e não apresentam tantos riscos aos humanos.
Existem cerca de 50 asteroides com mais de um quilômetro e outros 14 mil com mais de 140 metros ainda não detectados
Existem cerca de 50 asteroides com mais de um quilômetro e outros 14 mil com mais de 140 metros ainda não detectados (Crédito: NASA)

No entanto, o problema é que os asteroides detectados com mais de 140 metros, representam apenas 43% dos objetos desse tamanho que estima-se existirem. Assim, cerca de 14 mil rochas, além de outras 50 com mais de um quilômetros, estão agora no escuro orbitando sobre nossas cabeças, podendo representar um risco para a Terra.

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Apesar de nenhum desses objetos escondidos ser tão grande quanto o que atingiu a península de Yucatán, com cerca de 10 quilômetros de comprimento, esses asteroides ainda podem causar muitos problemas caso colidam com a Terra, mesmo os com 140 metros.

Como comparação, o asteroide que explodiu sobre o distrito de Chelyabinsk, na Rússia, em 2013, tinha apenas 20 metros de comprimento. No entanto, foi o suficiente para que quebrasse vidros e janelas e deixasse mais de 1400 pessoas feridas.

Planos e estratégias para evitar com que colisões e impactos aconteçam já estão sendo traçados pela PDCO, e uma defesa planetária preventiva já até foi testada. A missão DART, por exemplo, em 2022 colidiu com asteroide lunar Dimorphus, mudando para sempre sua trajetória e provando a eficiência da estratégia de defesa.

Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.