(Imagem: iStock)
A Polícia Federal já está em posse de um documento com o nome de 35 servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que tiveram acesso à ferramenta FirstMile. O software espião teria sido usado para monitorar ilegalmente jornalistas e adversários políticos durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
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A Abin enviou em 11 de abril ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Polícia Federal uma planilha contendo a lista de números de telefones monitorados pelo órgão durante o governo Bolsonaro.
Na última sexta-feira (20), a PF realizou operação em investigação que apura a suspeita de que a agência usou o programa para monitorar ilegalmente celulares de jornalistas, políticos e adversários do ex-presidente.
Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva. O ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento de Paulo Maurício Fortunato Pinto, número 3 da Abin, e de outros quatro servidores.
O software permite acesso a dados de geolocalização, mas não o conteúdo dos aparelhos. Ou seja, não possibilitaria que ligações ou conversas fossem grampeadas.
A ferramenta foi adquirida com dispensa de licitação (permitida para serviços de inteligência). O FirstMile teria sido usado mais de 30 mil vezes no período em que esteve operante —2019, 2020 e parte de 2021 (até maio). Desse total, 1.800 teriam como alvo políticos, jornalistas e adversários do governo Bolsonaro.
Esta post foi modificado pela última vez em 24 de outubro de 2023 15:42