A ferramenta de rastreamento de celulares adotada ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entre 2018 e 2021 foi usada durante o período eleitoral e para formar um “cerco ao STF“. As informações são de investigadores ligados ao caso, que falaram com a TV Globo após uma operação nesta sexta-feira (20).

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Caso Abin: eleições e STF

  • De acordo com o G1, advogados, policiais, jornalistas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram alguns dos alvos do rastreamento ilegal realizado pela Abin entre 2018 e 2021.
  • A “gangue Abin de rastreamento” (como o grupo foi apelidado pelos investigadores) chegou a apagar os rastros dos acessos nos computadores, mas a Polícia Federal identificou 33 mil deles.
  • Por enquanto, a PF conseguiu levantar do que se tratava somente cerca de 1,8 mil desses acessos de localização.
  • A lista inclui um homônimo do ministro Alexandre de Moraes, o que reforça a crença dos investigadores de que Moraes foi alvo de um sistema ilegal de rastreamento.
  • Além disso, houve um uso “sistemático” da ferramenta de rastreamento de celulares durante o período eleitoral.
Pessoa segurando celular
(Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Relembre o Caso Abin

A Abin operou um sistema secreto de monitoramento de localização de cidadãos no território nacional durante os três primeiros anos do governo Bolsonaro sem protocolo oficial. Para isso, usou a ferramenta israelense FirstMile, que permite o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses usando dados emitidos pelas redes 2G, 3G e 4G.

O software foi adquirido ainda no governo de Michel Temer e o uso, entre 2018 e 2021, gerou críticas até dentro da agência, uma vez que a Abin não possuiu autorização para operá-la. O Olhar Digital reportou o caso aqui.

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Em 16 de março deste ano, um inquérito para investigar a conduta da agência foi aberto. Um dia antes, a Abin já havia informado que o sistema foi descontinuado.

O que a Abin diz

Em março, a Abin informou que descontinuou o software e que estava revisando suas práticas. Você pode ler o desdobramento desse caso aqui.

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Agora, em nota ao G1, a agência afirmou que está colaborando com as autoridades envolvidas na investigação e que atendeu a todos os pedidos da Polícia Federal e do STF.