Brasil enfrenta desafios na produção de vacinas

Brasil enfrenta desafios na produção de vacinas devido à alta dependência de insumos estrangeiros, alerta a Oxfam
Ana Luiza Figueiredo25/10/2023 15h55
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Imagem: Momentum studio/Shutterstock
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Nesta quarta-feira, 25 de outubro, uma nota técnica lançada pela Oxfam Brasil ressaltou um desafio para o Brasil se tornar autossuficiente na produção de vacinas: a dependência na importação de matéria-prima para a produção, tanto de vacinas quanto de medicamentos em geral. O documento, intitulado “Capacidade de Produção de Vacinas no Brasil,” enfatiza que o país importa cerca de 90% dos insumos necessários para a fabricação de vacinas, bem como 50% dos equipamentos médicos.

A nota técnica da Oxfam Brasil destaca o papel fundamental de instituições nacionais de renome, como o Instituto Bio-Manguinhos, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e o Instituto Butantan, que é o décimo maior produtor de vacinas no mundo.

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No entanto, ressalta que o Brasil está longe de alcançar a autossuficiência nesse setor. Enquanto a China mantém mais de mil fábricas produtoras de matéria-prima para vacinas (IFA), o Brasil conta com aproximadamente 15 fábricas.

O documento observa que a dependência excessiva de insumos estrangeiros coloca o Brasil à mercê de flutuações nas relações comerciais internacionais, em especial durante períodos de tensões geopolíticas, como os conflitos na Ucrânia. Essa vulnerabilidade poderia comprometer o fornecimento de insumos essenciais para a produção de vacinas no país.

Outros desafios

A vacinação reduziu significativamente as infecções por covid-19, mas especialistas temem novos surtos e alertam para o perigo da redução na procura pelas doses de reforço. Ao mesmo tempo, há a necessidade de preparar o sistema de saúde para eventos futuros que possam pressionar a demanda por cuidados, como o envelhecimento da população previsto para as próximas décadas e as mudanças climáticas.

Trecho da nota técnica da Oxfam
  • O relatório da Oxfam destaca também os desafios enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que atualmente lida com uma fila de aproximadamente meio milhão de pessoas aguardando procedimentos eletivos.
  • Além disso, alerta que o Brasil deve se preparar para atender a futuras demandas relacionadas a surtos de doenças infecciosas.
  • O relatório completo da Oxfam está disponível no site da organização, oferecendo uma visão detalhada dos desafios enfrentados pelo Brasil na busca pela autossuficiência na produção de vacinas e na garantia da saúde da população em meio a cenários globais complexos.
  • A análise destaca a necessidade de políticas públicas e investimentos que fortaleçam a capacidade de produção nacional de insumos para o setor de saúde, visando à segurança do suprimento e à saúde pública a longo prazo.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.

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