Brasil tem 2,1 milhões de trabalhadores de aplicativo, revela IBGE

Motoristas e entregadores de comida somam 1,5 milhão de trabalhadores de aplicativo; apps de comércio contam com 628 mil
Por William Schendes, editado por Bruno Capozzi 25/10/2023 17h34
trabalhadores app
(Imagem: Vlad Ispas e Joa Souza / Shutterstock)
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O Brasil conta com 2,1 milhões de trabalhadores de aplicativo, incluindo apps de serviços de transporte, entrega de comida e vendas. Esses profissionais têm as plataformas como sua principal fonte de renda. A informação vem do levantamento inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Divisão por tipos de aplicativos

  • Em 2022, apenas trabalhadores de aplicativos de serviço, como motoristas e entregadores de comida, somavam 1,5 milhão de pessoas — o equivalente a 1,7% de profissionais que ocupam o setor privado;
  • Plataformas de comércio eletrônico somaram 628 mil trabalhadores;
  • Dividindo por tipo de aplicativo, os trabalhadores de transporte de passageiros (excluindo táxi) totalizaram 704 mil — 47,2% do total;
  • Motoristas de táxi somaram 207 mil (13,9%);
  • Entregadores de comida e produtos totalizaram 589 mil (39,5%), prestadores de serviços gerais via plataformas digitais reúnem 197 mil (13,2%);
  • Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa, explicou que um mesmo entrevistado pôde responder que trabalha mais de um tipo de plataforma.

Mais dados sobre os brasileiros trabalhadores de aplicativo

O levantamento utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), que analisa dados por cor, raça, sexo, região, nível de instrução, faixa etária e mais.

  • No recorte por região, o Sudeste teve o maior percentual de trabalhadores de plataformas, 57,9%, ou 862 mil pessoas;
  • A região Norte se destacou pela proporção de trabalhadores por aplicativo de transporte particular (excluindo táxis), com 61,2% do total;
  • A maioria dos entrevistados é do gênero masculino (81,3%);
  • O grupo entre 25 a 39 anos correspondeu a quase metade das pessoas que obtêm renda com as plataformas digitais, 48,4%;
  • Sobre escolaridade, os trabalhadores contavam com níveis de ensino médio completo ou superior incompleto (61,3%);
  • A parcela sem instrução e com ensino fundamental incompleto correspondeu a 22,8%.

Salário e horas trabalhadas 

Os “plataformizados”, como nomeou a pesquisa, tiveram um rendimento médio mensal de R$2.645 durante o quarto trimestre de 2022, superando em 5,4% o rendimento médio dos que não trabalham com aplicativos.

A média de horas semanais trabalhadas por essa população foi de 46 horas, cerca de 6,5 horas a mais do que profissionais que não trabalham com aplicativos.

Para os dois grupos menos escolarizados, o rendimento médio mensal real das pessoas que trabalhavam por meio de aplicativos de serviço ultrapassava em mais de 30% o rendimento das que não faziam uso dessas ferramentas digitais.

Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa.

Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.